
O ex-guerrilheiro e ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos. A informação foi confirmada pelo atual presidente uruguaio, Yamandú Orsi, por meio de uma publicação na rede social X/Twitter. A causa da morte ainda não foi oficialmente divulgada.
“É com profundo pesar que anunciamos o falecimento do nosso colega Pepe Mujica. Presidente, ativista, líder e líder. Sentiremos muita falta de você, querido velho. Obrigado por tudo o que você nos deu e pelo seu profundo amor pelo seu povo”, escreveu Orsi.
Em abril de 2024, Mujica havia revelado em coletiva de imprensa que havia sido diagnosticado com um tumor no esôfago, identificado durante exames de rotina. Ele também convivia com uma doença autoimune que comprometia o funcionamento dos rins, o que dificultava eventuais tratamentos invasivos.
José Mujica nasceu em Montevidéu, em 1935. Começou sua trajetória política no tradicional Partido Nacional, onde atuou como secretário-geral da Juventude. Na década de 1960, tornou-se um dos fundadores do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros, principal grupo guerrilheiro marxista no país.
Durante o regime militar uruguaio (1973–1985), Mujica foi preso em diversas ocasiões, permaneceu cerca de 13 anos encarcerado.
Com a redemocratização e processo de anistia, ingressou na Frente Ampla (Frente Amplio), coalizão de esquerda, sendo eleito deputado, senador, ministro da Agricultura e, em 2009, presidente da República. Seu governo, de 2010 a 2015, ficou marcado por reformas progressistas e políticas voltadas à redistribuição de renda e à ampliação de direitos civis.
Fora da presidência, Mujica seguiu ativo politicamente, sendo eleito novamente senador e se tornando uma referência para setores da esquerda na América Latina.