Depois de uma derrota acachapante no último domingo (9), milhares de esquerdistas foram às ruas, neste sábado, 15, para protestar contra o avanço da direita no país — eleita democraticamente pela escolha do eleitorado.
As manifestações, que reúnem estudantes, sindicalistas, ativistas e políticos, ocorrem em um momento de instabilidade política devido à iniciativa do presidente Emmanuel Macron de antecipar as eleições legislativas. O pleito, que ocorre em dois turnos, está marcado para os dias 30 de junho e 7 de julho, podendo eleger, depois de 79 anos, um governo de direita.
Em Paris, os manifestantes se organizaram na Place de La République, de onde marcharam até a praça da Bastilha. Os protestos também ocorreram nas cidades de Nice e Marselha. Ao todo, foram mobilizados 21 mil policiais para a segurança, ciente do histórico de vandalismo e depredação que ocorre em atos da esquerda e extrema esquerda em todo o mundo.
Os esquerdistas têm se reunido diariamente desde que o partido Nacional Rally (NR), sigla de Marine Le Pen, principal expoente da direita da França, conseguiu ganhos históricos nas eleições do Parlamento Europeu neste ano, saindo vencedor em 93% dos municípios franceses. Os resultados fizeram com que o partido superasse os aliados progressistas de Macron.
O RN saiu no topo com cerca de 32% dos votos, mais que o dobro do Renascimento, partido de Macron, que ficou em segundo lugar, com 15,2% dos votos, logo à frente dos socialistas, em terceiro com 14,3% dos votos. Com os números, que consequentemente trouxeram uma perda de apoio para o atual chefe do Executivo francês, o presidente decidiu dissolver o parlamento do país e antecipar as eleições legislativas internas, que antes estavam previstas para ocorrer em 2027.
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