O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (5) que a economia brasileira pode crescer até 4% em 2024. A declaração, feita durante a inauguração da maior fábrica de celulose do mundo, da Suzano, em Ribas do Rio Pardo (MS), se traduz em um questionável clima de otimismo que, na prática, ignora o mercado financeiro.
Sem confiança na gestão de Lula, investidores têm buscado outras rotas devido às desconfianças em relação às ações do Planalto. O dólar está em disparada há semanas, a inflação e os juros apresentam alta, e o mercado se mantém reticente diante da resistência do governo em adotar compromissos sólidos para conter as dívidas públicas. Segundo analistas, a gestão tem se caracterizado por gastos excessivos e dívidas desnecessárias, com foco em interesses políticos e partidários. Ainda assim, Lula insiste em ignorar os sinais de alerta do mercado e adotar uma postura populista e negacionista.
Narrativa de reconstrução econômica e críticas ao mercado
Lula mencionou que os últimos dois anos de seu governo foram dedicados à reconstrução do país: “Vamos entregar de novo uma economia crescendo, povo consumindo e o mercado reclamando.”
O presidente comentou ainda os resultados de uma pesquisa da Quaest divulgada no dia anterior, que apontou 90% de avaliação negativa do mercado financeiro sobre sua gestão. Para Lula, a situação mostra uma mudança parcial, já que, segundo ele, “durante o período eleitoral, 100% do mercado não apoiava sua campanha.”
“Muito dinheiro na mão de poucos é miséria. Pouco dinheiro na mão de muitos significa distribuição de renda. Quem torna a empresa rica são os trabalhadores. Essas pessoas têm o direito de participar dos resultados do crescimento”, rebateu.
Agronegócio e investimentos
Durante o evento, Lula criticou também o setor do agronegócio, que mantém oposição ao seu governo. Ele afirmou que não há razão econômica para essa postura: “Não pode ser por falta de dinheiro. O agronegócio nunca recebeu tanto dinheiro quanto no meu governo”, disse ele, que não apresentou provas do alegados de repasses.