
A Bancada Feminista do PSOL apresentou uma denúncia à Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo contra cinco parlamentares por suposta quebra de decoro parlamentar.
O grupo, composto por vereadoras do partido, acusa os vereadores Lucas Pavanato (PL), Rubinho Nunes (União), Cris Monteiro (Novo), Amanda Vettorazzo (União) e Adrilles Jorge (União) de quebra de decoro durante a votação do projeto de reajuste salarial dos servidores municipais, realizada no último dia 23.
O motivo da representação foi a exibição de cartazes com a frase “greve é vagabundagem”, enquanto manifestantes contrários ao projeto acompanhavam a sessão no plenário.
Os servidores pediam um reajuste de 12,9%, mas a proposta aprovada – de autoria do prefeito Ricardo Nunes (MDB) – prevê um aumento escalonado de 5,2%, dividido em duas parcelas anuais, a primeira de 2,6% já em maio e a segunda de 2,55% em 2025.
Para as vereadoras do PSOL, a atitude dos parlamentares infringiu o Código de Ética e representou um desrespeito aos trabalhadores presentes e ao direito de mobilização. Por isso, solicitaram que a Corregedoria abra um processo disciplinar para apurar a conduta dos envolvidos.
Em resposta à denúncia, os parlamentares reagiram com críticas e ironias. O vereador Lucas Pavanato declarou que está “cagando” para o processo, enquanto Adrilles Jorge reforçou seu posicionamento, afirmando que “greve, quando feita em contextos que não sejam justos e legítimos, é vagabundagem”. Rubinho Nunes, que atualmente preside a Corregedoria da Casa, classificou a iniciativa como “estúpida”, e disse que ela reflete o que, segundo ele, seriam os “atos e opiniões” do PSOL.
Amanda Vettorazzo, por sua vez, declarou que os manifestantes presentes à sessão eram sindicalistas que se beneficiam de impostos cobrados de trabalhadores. Segundo ela, a ação da bancada do PSOL é meramente política e visa acenar para sua base. Ela também afirmou ter sido chamada de “fascista” e outras ofensas durante os protestos na Câmara.
A expectativa agora é que a Corregedoria analise o pedido e decida se dará prosseguimento à apuração formal dos fatos denunciados.