
Em uma época de tantos discursos e pouca coerência, a maternidade cristã se destaca não pelo que diz, mas pelo que vive. A Bíblia nos lembra: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6). Note bem: a instrução não é sobre o caminho, mas no caminho. Isso muda tudo. Deus não nos chama como mães apenas para ensinarmos nossos filhos com palavras. Ele nos chama para sermos as primeiras a trilhar esse caminho, com fé, verdade e integridade. A criança aprende observando. Quando nós, mães, vivemos aquilo que pregamos, nossa vida se torna a maior aula sobre quem Deus é. Mas, quando há distância entre nosso discurso e nossa prática, nosso ensino perde força, e nossos filhos percebem.
Na Bíblia, vemos mães que marcaram a história pela fé vivida, não apenas ensinada. Ana, por exemplo, entregou seu filho ao Senhor antes mesmo de criá-lo (1 Samuel 1:27-28). Maria, ao receber a notícia de que seria mãe do Salvador, respondeu com submissão: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1:38). Já Eunice e Lóide, mãe e avó de Timóteo, deixaram um legado de fé sincera, reconhecido pelo próprio apóstolo Paulo: “Lembro-me da fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também em ti” (2 Timóteo 1:5). Essas mulheres não apenas falaram de Deus aos seus filhos, elas caminharam com Deus — e é isso que verdadeiramente molda gerações.
Ser mãe segundo o coração de Deus é uma vocação diária. É colocar os princípios eternos dentro da rotina comum, traduzir o evangelho em atitudes, e revelar o caráter de Cristo mesmo nos pequenos gestos. É ensinar, corrigir, amar, perdoar, consolar — como Deus faz conosco. “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei” (Isaías 66:13). É reconhecer que nossos filhos são dádiva, não propriedade: “Os filhos são herança do Senhor” (Salmos 127:3). E é saber que, para educarmos com sabedoria, precisaremos buscar a sabedoria que vem do alto: “Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus” (Tiago 1:5). Afinal, o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Provérbios 9:10).
A intercessão materna também é essencial nesse processo. Como mães, somos chamadas a orar por nossos filhos, intercedendo por sua proteção, crescimento espiritual e decisões de vida. A oração de uma mãe é uma ferramenta poderosa, cheia de fé e esperança, que move o céu e toca o coração de Deus. Como Paulo orienta a Timóteo: “Portanto, exorto, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens” (1 Timóteo 2:1). Que sejamos mães persistentes em oração, buscando a face de Deus com constância, mesmo quando os frutos ainda não são visíveis. Porque toda semente regada com fé, no tempo certo, floresce.
A mulher virtuosa, descrita em Provérbios 31, é chamada de bem-aventurada por seus filhos e louvada por seu marido, não apenas por sua força e diligência, mas por sua coerência de vida e temor a Deus. Em tempos de tantas vozes, o exemplo continua sendo a linguagem mais poderosa. Que nós, mães cristãs, sejamos como setas firmes apontando o Caminho — Jesus — não com imposição, mas com presença, com passos que mostram onde vale a pena andar. Que nossos filhos possam, no futuro, dizer com convicção: “Minha mãe não apenas falou sobre Deus; ela me mostrou Deus com a vida que levou.” E esse Caminho em que devemos andar é Jesus. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14:6). Que o seu chamado seja vivido com graça, verdade e fé.
Feliz Dia das Mães!