Em todo ano eleitoral, um dos temas, “hamletianos” [1], que sempre vem a tona é o da reeleição (juntamente com alguns outros como o voto nulo, etc.).
Afinal, devemos reeleger ou não reeleger?
A favor da reeleição há o argumento da experiência, contra ela o da manutenção de corruptos. A favor da eleição de novos candidatos há o argumento da renovação; contra o risco de serem engolidos pelas raposas que já estão no sistema.
Como proceder então?
Esse é um tema complexo, que já publiquei em um post em meu blog pessoal (Lista Negra de Políticos) em 2017, apesar de tê-lo escrito no ano anterior. Esse assunto também faz parte do volume 1 de uma série de três livros onde proponho sugestões de sistemas inovadores e que serão lançados pela Amazon.
De uma forma sucinta, deixarei aqui alguns pontos para você refletir e ter uma diretriz a seguir.
Particularmente, acredito que não reeleger políticos é uma condição necessária, mas não suficiente.
A lista negra de políticos foi uma ferramenta que tentei usar por algum tempo, mas notei que eram ineficientes, pois o problema é um pouco mais profundo: nosso sistema político eleitoral.
Nosso sistema não permite um recall dos eleitos, muito menos exige que cumpram com as promessas de campanha. Depois de eleitos, não raramente, os vemos apoiarem medidas que fortalecem a intervenção estatal na vida do cidadão, quando deveriam fazer o contrário. [2]
Analise comigo: quantas vezes já não vimos listas negras de políticos que votaram contra a vontade do povo? Só para ficarmos entre os mais recentes, cito dois exemplos:
- Aprovação do orçamento do Governo Dilma;
- Diminuição da maioridade penal.
Outro fator que reforça essa minha opinião de que a renovação é necessária, mas não suficiente, é o fato de que políticos de 30 anos atrás não eram os mesmos de hoje, no entanto, os problemas se potencializaram, mostrando que o problema não se resume à renovação. De que adianta trocarmos as peças, mas o jogo continuar o mesmo?
Portanto, acredito que devamos, sim, evitar a reeleição (salvo eventuais exceções), mas só isso não é o suficiente, precisamos também escolher novos candidatos que tenham como meta projetos que venham a diminuir o tamanho e o poder que atribuímos ao Estado.
Mas como avaliar os candidatos ideais?
Em meu artigo aqui no Conexão Política, “Eleições 2018” sugeri o site Ranking dos Políticos, onde você pode verificar o desempenho de políticos, caso queira optar pela reeleição de seu candidato.
No mesmo artigo apresentei a planilha desenvolvida pelo Ariel Marquezin, a qual pretendemos que se torne uma ferramenta de utilidade pública nas próximas eleições, ampliando-a para outros cargos eletivos, após a elaboração de protocolo e organização de frentes de trabalho voluntário.
Outra sugestão, esta com outro objetivo, foi-me indicada por uma leitora de meus artigos: o app apartidário do Reclame Aqui (gratuito), chamado Detector de Ficha de Político, onde você pode fotografar o rosto do político e descobrir se ele tem algum problema com a Justiça. Ele podendo ser utilizado em comerciais de TV, debates, santinhos, anúncios de jornal, comícios, etc.
Se não tomarmos esse cuidado, cada vez mais esse Kraken [3] crescerá e chegará o dia em que nos devorará aos pedaços, ainda vivos, pois nós é que servimos o seu alimento, já que ele nada produz.
Diminuamos seu poder e força enquanto é tempo.
[1] Ser ou não ser, eis a questão
[2] Constituição brasileira é a voz dos políticos, não do povo brasileiro
[3] Kraken