A ativista cubano-americana Rosa María Payá, apoiada pelo governo dos Estados Unidos e alinhada ao presidente Donald Trump, foi eleita para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA). A comissão é a responsável por analisar denúncias envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, entre outros casos da região.
Crítica ao autoritarismo
Crítica de regimes autoritários de esquerda, sobretudo o de Cuba, e defensora da liberdade de expressão, Rosa María Payá é fundadora do movimento Cuba Decide e filha do dissidente cubano Oswaldo Payá, morto em 2012. Sua eleição abre maior firmeza da CIDH diante de violações promovidas por governos autoritários no continente.
Além dela, foi eleita Marion Bethel, das Bahamas, conhecida por sua atuação em organismos da ONU e por sua defesa de pautas relacionadas aos direitos das mulheres. Bethel já integrou o Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher e defende a ampliação do acesso ao aborto legal, o que gerou debates entre os Estados-membros.
Impasse na escolha da terceira vaga
A eleição foi realizada durante a Assembleia Geral da OEA, em Antígua e Barbuda. A votação para a terceira vaga permanece indefinida e opõe o brasileiro Fábio de Sá e Silva, indicado pelo governo Lula, e o mexicano José Luis Caballero Ochoa, atual comissário. Após quatro rodadas, Sá e Silva alcançou 16 votos, contra 15 de Caballero Ochoa, além de um voto em branco, o que manteve o impasse.
Regras da eleição
Cada país-membro da OEA tem direito a um voto nas rodadas subsequentes, após a primeira votação em que é permitido votar em até três candidatos. A eleição exige ao menos 18 votos para que o candidato seja confirmado como novo integrante da comissão.