O jornalista Paulo Figueiredo Filho, um dos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, participará nesta terça-feira (24) de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, do Congresso dos Estados Unidos. Ele será ouvido como testemunha em sessão voltada à repressão transnacional praticada por governos estrangeiros.
Em publicação no X/Twitter, Figueiredo — neto do general João Batista Figueiredo (1918–1999), último presidente do regime militar brasileiro (1964–1985) — afirmou que o tema da audiência será a “repressão transnacional de Alexandre de Moraes”.
De acordo com o texto divulgado pelo órgão legislativo, a audiência “avaliará os esforços multilaterais para desenvolver definições comuns e coordenar respostas, além de examinar como outros governos estão elaborando abordagens institucionais para lidar com a repressão transnacional. Também analisará casos específicos de países, como Paquistão, Índia, Hong Kong e China”.
A repressão transnacional, segundo definição da própria Comissão de Direitos Humanos do Congresso dos EUA, consiste em um “conjunto de táticas que governos estrangeiros utilizam para agir além de suas fronteiras com o objetivo de prejudicar, intimidar, ameaçar, assediar ou coagir indivíduos”.
Ainda nas redes sociais, Figueiredo afirmou que pretende relatar “como jornalistas brasileiros, deputados federais, cidadãos americanos e até mesmo grandes empresários de tecnologia como Elon Musk e Chris Pavlovski tornaram-se alvos da perseguição de Moraes”.
Em outro trecho, sem mencionar nomes, disse que também abordará “casos de brasileiros colocados na lista vermelha da Interpol” e declarou que sua luta para que o “mundo conheça a verdade sobre a ditadura que Alexandre de Moraes instalou no Brasil está longe de terminar”.
A audiência será conduzida por parlamentares norte-americanos que integram a comissão bipartidária voltada à defesa dos direitos humanos e liberdades civis em escala global.