A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil referiu-se ao Supremo Tribunal Federal (STF) como “Supremo Tribunal de Moraes”, em menção direta ao ministro Alexandre de Moraes. A declaração foi feita em postagem oficial na rede social X, nesta segunda-feira (14), ao comentar as falas do subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado norte-americano, Darren Beattie, sobre a imposição da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
O post da representação diplomática foi publicado em português, sem esclarecimento se a construção foi intencional ou resultado de erro de tradução, o que levantou dúvidas sobre o tom da mensagem. A publicação afirma que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “enviou uma carta impondo consequências há muito esperadas ao Supremo Tribunal de Moraes e ao governo Lula, em resposta aos ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio dos EUA”.
A embaixada também escreveu que “esses ataques são vergonhosos e desrespeitam as tradições democráticas do Brasil”, acrescentando que “as declarações do presidente Trump são claras” e que “estamos acompanhando de perto a situação”.
A referência ocorre em meio à escalada diplomática entre os dois países após a decisão de Trump de sobretaxar todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. O republicano justificou a medida em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, citando o julgamento contra Jair Bolsonaro no STF, que chamou de “vergonha internacional” e “caça às bruxas”.
“O julgamento não deveria estar acontecendo”, escreveu Trump. “É uma caça às bruxas que deve terminar imediatamente.”
O presidente norte-americano também acusou o Judiciário brasileiro de censurar plataformas americanas e ameaçar empresas de tecnologia com “multas de milhões de dólares” e expulsão do país. Ele afirmou ainda que o STF teria emitido “centenas de ordens de censura secretas e ilegais”, o que comprometeria a liberdade de expressão e interferiria diretamente nas eleições.
A tarifa de 50% atinge todos os produtos brasileiros e deverá vigorar a partir do próximo mês.