O subsecretário da Diplomacia Pública dos Estados Unidos, Darren Beattie, declarou nesta segunda-feira (8) que o governo do presidente Donald Trump continuará adotando medidas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, sancionado em julho pela Lei Global Magnitsky. A manifestação pública ocorre um dia após os atos realizados no Brasil em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, no 7 de Setembro.
Segundo Beattie, “ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça”. Ele acrescentou: “Em nome do Ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.
Sanção via Magnitsky e novos movimentos em curso
Alexandre de Moraes foi alvo de sanções no dia 30 de julho, quando o Departamento de Estado dos EUA aplicou medidas com base na Lei Global Magnitsky, dispositivo legal utilizado contra autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violação de direitos humanos. Desde então, parlamentares ligados à oposição brasileira têm pressionado por novas ações, incluindo o congelamento de bens, o confisco de vistos e restrições de entrada no território americano para outras autoridades brasileiras.
Em entrevista ao Poder360 nesta segunda-feira (8), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que permanece nos Estados Unidos desde fevereiro, afirmou que há “expectativa de que uma nova leva de confisco de vistos seja feita para os próximos dias”. O parlamentar e o jornalista Paulo Figueiredo se reuniram, no último dia 4, com Darren Beattie e com o conselheiro Ricardo Pita em Washington, D.C., como parte das articulações diplomáticas que buscam ampliar o alcance das sanções.
Manifestações pressionam governo americano
Os atos realizados no último domingo (7) em diversas capitais brasileiras, com presença massiva de bandeiras dos Estados Unidos, cartazes pedindo o impeachment de Moraes e faixas clamando por anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçaram a mobilização popular alinhada à narrativa de perseguição política. O ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, é julgado pelo STF por tentativa de golpe de Estado e pode ser condenado a até 43 anos de prisão.