Os Estados Unidos atacaram três das principais instalações nucleares do Irã — Fordow, Natanz e Isfahan — no sábado (21), conforme anunciou o presidente Donald Trump. A ação, parte da Operação Midnight Hammer, marca uma escalada decisiva na segunda semana de confrontos entre Irã e Israel.
Essas instalações compõem o núcleo estratégico do programa nuclear iraniano, abrigando atividades de enriquecimento de urânio, processamento químico e desenvolvimento de combustível nuclear. Os locais já haviam sido monitorados pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e, em alguns casos, foram alvos anteriores de ataques israelenses.
FORDOW: o bunker subterrâneo iraniano
Localizada próxima à cidade de Qom, em região montanhosa, Fordow é uma instalação subterrânea de difícil acesso militar, com salas protegidas por até 90 metros de profundidade.
- Contém cerca de 2.700 centrífugas, segundo dados da AIEA.
- Foi revelada ao público apenas em 2009, apesar de construída nos anos 2000.
- O acordo nuclear de 2015 previa que o local se tornasse um centro de pesquisa pacífica, mas o rompimento dos EUA com o pacto em 2018 limitou as inspeções.
- Em 2023, inspetores da AIEA encontraram partículas com 83,7% de pureza de urânio, muito próximo do patamar necessário (90%) para armamento nuclear.
A profundidade da instalação exige armamentos de penetração extrema, como a bomba GBU-57, utilizada por bombardeiros B-2 Spirit. Após o ataque, Trump declarou: “Fordow já era”.
NATANZ: principal centro de enriquecimento
Situada a cerca de 250 km ao sul de Teerã, Natanz é a principal instalação de enriquecimento de urânio do Irã.
- Possui 6 edifícios em superfície e 3 estruturas subterrâneas, com capacidade para até 50 mil centrífugas.
- Enriquecia urânio a níveis de até 60%, segundo a AIEA.
- Já havia sido alvo de operações de sabotagem israelenses.
Apesar da retirada dos EUA do acordo nuclear, Natanz ainda recebia inspeções da AIEA, diferentemente de Fordow.
ISFAHAN: centro químico e tecnológico
O complexo de Isfahan, no centro do Irã, é considerado o núcleo de processamento químico do programa nuclear iraniano.
- Emprega cerca de 3 mil cientistas.
- Atua na conversão de óxido de urânio em hexafluoreto de urânio, essencial para uso em centrífugas.
- Contém três reatores de pesquisa e instalações de produção de combustível, revestimento com zircônio, entre outros laboratórios.
Além disso, abriga unidades militares, como fábricas de drones e aeronaves F-14 Tomcat, remanescentes do regime pré-revolução de 1979. Israel já havia conduzido ataques pontuais contra essas estruturas.
Impactos ainda desconhecidos
Ainda não há confirmação oficial sobre a extensão dos danos provocados pela ofensiva dos EUA nas três instalações. Entretanto, fontes militares americanas afirmam que os alvos nucleares estratégicos foram severamente impactados, o que, segundo o governo Trump, representa um “retrocesso irreversível” no avanço nuclear iraniano.