Internacional

Jornalista russa que protestou contra guerra é condenada por 'desacreditar o Exército'

Em março, com um cartaz, Marina Ovsyannikova interrompeu a transmissão do principal noticiário russo.

A jornalista russa Marina Ovsyannikova, que apresentava um telejornal em Moscou, foi considerada culpada nesta quinta-feira (28) por “desacreditar as Forças Armadas” do país em publicações nas redes sociais em que ela condenou a invasão à Ucrânia.

Em março deste ano, a comunicadora apareceu com um cartaz em uma transmissão da TV estatal para protestar contra o conflito no leste da Europa.

“As evidências confirmam a culpa de Ovsyannikova” e “não há razão para duvidar de sua autenticidade”, declarou o juiz do caso após uma curta audiência na qual a jornalista descreveu o processo como “absurdo”. Ela recebeu uma multa de 50 mil rublos (R$ 4,6 mil).

De acordo com o jornal The Independent, a mulher foi julgada depois de escrever em um post que os responsáveis pela invasão a Kiev deveriam estar “no banco dos réus perante um tribunal internacional”.

O telejornal em que a comunicadora apareceu, “Tempo”, é uma espécie de “Jornal Nacional da Rússia”, e está no ar desde 1968, sendo um dos programas de maior audiência em Moscou.

Na ocasião, escrito em inglês e em russo, o cartaz exibia os dizeres: “Não à guerra. Não acreditem em propaganda. Estão mentindo para vocês aqui”. Logo abaixo, constava a assinatura “Russos contra a guerra”.

Marina Ovsyannikova, editora de TV russa, fez protesto antiguerra ao vivo | Imagem: Reprodução