Jacarta, 24/10/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro na Secretaria-Geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Foto: Ricardo Stuckert/PR
Jacarta, 24/10/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro na Secretaria-Geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (24) que acredita ser possível alcançar um acordo com os Estados Unidos, mas indicou que isso não deve ocorrer durante a reunião prevista com o presidente Donald Trump no domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia.

“Se eu não acreditasse que é possível chegar a um acordo, eu não faria a reunião. Eu nunca participo de uma reunião se eu não acredito no sucesso dela. Só vou saber se vai ser sucesso ou não se eu participar”, declarou Lula a jornalistas antes de deixar Jacarta, na Indonésia.

Acordo dependerá de negociação

Lula explicou que o entendimento, se avançar, será articulado posteriormente por meio dos canais diplomáticos e técnicos. Ele citou diretamente o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como responsáveis por conduzir as tratativas com representantes do governo norte-americano.

“O acordo certamente não será feito amanhã ou depois de amanhã, quando eu me reunir com ele. O acordo será feito pelos negociadores”, disse o presidente, acrescentando que gostaria que já estivesse resolvido. “Eu queria que [o acordo] fosse ontem, mas se for amanhã já está bom. Quanto mais rápido, melhor.”

Caminho destravado após telefonema

Segundo Lula, as negociações haviam sofrido um “truncamento”, mas o cenário mudou após um telefonema do presidente Trump a Brasília. “Acho que nós estamos caminhando”, avaliou.

O presidente brasileiro afirmou ainda que pretende mostrar a Trump que houve um “equívoco nas taxações ao Brasil”, além de cobrar explicações sobre “a punição que foi dada aos ministros brasileiros da Suprema Corte, que não tem nenhuma explicação, nenhum entendimento”.

Pauta aberta e abrangente

Lula indicou que a reunião entre os dois chefes de Estado não terá temas restritos. “Não existe assunto proibido para um país do tamanho do Brasil conversar”, afirmou, citando que os temas podem incluir Gaza, Ucrânia, Rússia, Venezuela, minerais críticos e terras raras.

“Portanto, vai ser uma reunião livre em que a gente vai poder dizer o que quiser, como quiser, e vai ouvir o que quiser também”, acrescentou Lula. “Estou convencido de que essa reunião vai ser boa para ele e para o Brasil.”