ZERO RECUO

Trump confirma tarifa de 50% ao Brasil e volta a dizer que medida atinge países com ‘relacionamento ruim’ com os EUA

Presidente norte-americano lança novas críticas ao governo Lula e afirma que a decisão é resposta a censura e ataques à liberdade de expressão.

Foro: OWHP
Foro: OWHP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quinta-feira (23) que as tarifas de importação de até 50% impostas a diversos países são resultado de relações consideradas desfavoráveis com os EUA. Embora não tenha citado diretamente o Brasil no discurso, o país está entre os afetados e recebeu a alíquota máxima.

“Em alguns casos, é 50% porque o relacionamento não tem sido bom com esses países. Então apenas dissemos: ‘vão pagar 50’. E é isso”, afirmou Trump durante um evento em Washington D.C.

No último dia 9 de julho, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmando a tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. Na justificativa, citou “motivações políticas e comerciais”, alegando que o Brasil tem atacado a liberdade de expressão, especialmente de cidadãos e empresas norte-americanas.

Segundo Trump, o Supremo Tribunal Federal do Brasil emitiu “centenas de ordens de censura secretas e ilegais” a plataformas digitais dos EUA, impondo multas milionárias e ameaçando retirá-las do mercado nacional. Ele também se referiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro, classificando-o novamente como vítima de uma “caça às bruxas”.

O Brasil, que inicialmente havia sido taxado em 10% durante o anúncio do chamado “tarifaço” em abril, agora figura entre os países com maior tarifa imposta pelos EUA. A nova política comercial entra em vigor a partir de 1º de agosto.

Entre os outros países afetados estão México (30%), União Europeia (30%), Japão (25%), Canadá (35%) e Tailândia (36%). Na América do Sul, o Brasil é o único incluído na lista divulgada oficialmente por Trump.

Ainda conforme o presidente americano, o objetivo das novas tarifas é forçar países a abrirem seus mercados de forma mais justa e equilibrada. Trump afirmou que os EUA buscam “reciprocidade” e que não aceitarão mais relações “unilaterais e desfavoráveis”.