O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta última segunda-feira (28) que a 10ª Vara Federal de Brasília compartilhe com a defesa do ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva as mensagens colhidas na Operação Spoofing, que apura a invasão de celulares de diversas autoridades da República por um grupo de hackers.
Os advogados do petista pediram acesso às mensagens alegando que nelas há diferentes menções aos processos contra o ex-presidente na Operação Lava Jato, conforme série publicada pelo The Intercept Brasil.
Nas conversas, há por exemplo conversas entre o ex-coordenador da Lava Jato no Paraná, o procurador Deltan Dallagnol, e o ex-juiz federal Sergio Moro, antigo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, então responsável pela força-tarefa.
A defesa sustenta ser necessário ter acesso ao teor do inquérito da Spoofing para identificar “possível parcialidade na condução dos processos” contra Lula.
“Diante da verossimilhança da alegação e tendo em conta o direito constitucional à ampla defesa, defiro, por enquanto, sem prejuízo de providências ulteriores”, escreveu Lewandowski.
O ministro ordenou o compartilhamento, sob supervisão de peritos da Polícia Federal (PF) e no prazo de 10 dias, das mensagens arrecadadas pela Operação Spoofing que digam respeito a Lula “direta ou indiretamente, bem assim as que tenham relação com investigações e ações penais contra ele movidas na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba ou em qualquer outra jurisdição, ainda que estrangeira”.
As informações foram colhidas da Agência Brasil.