Existe uma ala no diretório nacional do PT que trabalha para que o próximo presidente da sigla tenha um perfil mais moderado e conciliador, já que caberá a ele a articulação de alianças para as eleições de 2026. O principal objetivo da legenda é garantir a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva ou de um candidato que ele venha a indicar, ampliando a coalizão política formada em 2022.
A estratégia do partido envolve negociações com setores do chamado “centro democrático” e, se necessário, a renúncia a candidaturas próprias em determinados estados para priorizar alianças que fortaleçam o governo federal. Apesar da confiança na vitória, lideranças petistas reconhecem que a próxima disputa presidencial promete ser acirrada, haja vista a dificuldade que Lula tem enfrentado na economia.
Para viabilizar essa estratégia, a tendência é que o próximo líder do PT adote uma postura distinta da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que preside a sigla desde 2017. Considerada combativa, Gleisi ganhou projeção ao enfrentar o governo Michel Temer (MDB), durante a prisão de Lula, e ao fazer oposição a Jair Bolsonaro (PL). Entretanto, dentro do partido, cresce a ideia de que agora o comando deve ser exercido por um nome mais aberto ao diálogo e menos identificado com a ala ideológica.
O pleito interno do PT está previsto para julho deste ano, depois de um adiamento em 2023 para evitar turbulências no primeiro ano do atual governo. Entre os possíveis sucessores de Gleisi, um dos principais nomes é o de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP). Ele tem se aproximado do Palácio do Planalto e intensificado conversas com lideranças petistas pelo país em busca de apoio. Seu nome conta com o respaldo do ex-ministro José Dirceu e de setores do governo.
Por outro lado, aliados de Gleisi criticam o que chamam de “precipitação” de Edinho e afirmam que Lula apoia a deputada na escolha de seu sucessor. Esses aliados defendem que a presidência do PT seja ocupada por um representante do Nordeste, citando como opções o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e o senador Humberto Costa (PT-PE).