A farmacêutica AstraZeneca anunciou que está retirando sua vacina contra a covid-19 do mercado global e que interromperá sua produção. A empresa justifica essa decisão com motivos comerciais, alegando um “excesso de imunizantes” em circulação devido à atualização para lidar com novas variantes do Sars-CoV-2.
No mês de março, a AstraZeneca enviou uma solicitação à União Europeia (UE) para a retirada voluntária da “autorização de introdução no mercado”. Essa solicitação foi aceita e entrou em vigor na última terça-feira (7).
Receba notícias instantâneas do Conexão Polítca no seu WhatsApp
Receba notícias instantâneas do Conexão Polítca no seu WhatsApp
PARTICIPE DO CANALA vacina da AstraZeneca, conhecida como Vaxzevria, tem sido alvo de escrutínio devido a um efeito adverso raro associado a ela. Pela primeira vez, a farmacêutica admitiu perante a justiça que sua vacina contra a covid-19 pode provocar um “efeito adverso raro”.
A empresa está enfrentando uma ação coletiva movida por 51 famílias, buscando indenizações de até £ 100 milhões (cerca de R$ 650 milhões). Em documentos apresentados no processo, a AstraZeneca reconheceu que o imunizante “pode, em casos muito raros, causar síndrome de trombose com trombocitopenia” (TTS), uma condição caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos que podem bloquear veias e artérias.
Em comunicado divulgado à imprensa para anuncia sua nova decisão, a empresa disse estar “extremamente orgulhosa” do papel que a sua vacina desempenhou durante a crise sanitária mundial. “De acordo com estimativas independentes, mais de 6,5 milhões de vidas foram salvas só no 1º ano de utilização e mais de 3 bilhões de doses foram distribuídas”, afirma o texto.
“Como, desde então, foram desenvolvidas múltiplas vacinas para variantes da covid-19, há um excedente de imunizantes atualizados disponíveis. Isto levou a um declínio na procura pela Vaxzevria, que já não é fabricada nem fornecida. A AstraZeneca tomou, portanto, a decisão de iniciar a retirada das autorizações de introdução no mercado da Vaxzevria na Europa”, conclui a nota.