CRISE INSTITUCIONAL

Caiado acusa Lula de aparelhar Estado, agir de forma autoritária e antecipar campanha à reeleição

Governador goiano diz que momento atual do Brasil é preocupante e fala que petista não se comporta como um líder democrático.

José Cruz/ABr
José Cruz/ABr

Durante participação no evento Expert XP, realizado no último sábado (26) em São Paulo, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou que sua “1ª medida” será derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2026. Pré-candidato declarado ao Planalto, Caiado subiu o tom contra o chefe do Executivo federal e criticou o que chamou de “discurso marqueteiro” do petista.

“A minha 1ª medida vai ser extremamente simpática: derrotar o Lula”, afirmou Caiado, ao lado de representantes do mercado financeiro e autoridades públicas. O evento é organizado pela XP, corretora de investimentos.

O governador acusou Lula de usar o cargo para fazer campanha antecipada, promovendo um modelo de governo baseado em ideologia e personalismo. “Quem é Lula para falar de democracia? Estava lá batendo palmas para os russos”, declarou, em referência às declarações recentes do presidente sobre a guerra na Ucrânia.

Na avaliação de Caiado, o atual governo federal enfraquece o diálogo internacional e promove uma narrativa divisionista no país. “O Brasil não é do PT, o Brasil é dos brasileiros”, disse. Ele criticou ainda a atuação do governo federal como sendo marcada por uma estrutura de aparelhamento estatal com fins partidários.

Campanha em construção

Caiado lançou sua pré-candidatura à Presidência em abril deste ano, durante evento realizado em Salvador. Na ocasião, apresentou um discurso centrado na segurança pública e em oposição direta ao governo Lula. A candidatura ganhou novo fôlego após o TRE de Goiás reverter, por unanimidade, a decisão de primeira instância que o havia tornado inelegível por oito anos por abuso de poder político.

Em maio, o governador também declarou que, se eleito, concederá anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Caiado presidente da República, o 1º ato que eu assino ao tomar posse é a anistia para que haja pacificação no país”, afirmou durante convenção da Associação Paulista de Supermercados (Apas).