Cinco ministros do Supremo Tribunal Federal não compareceram ao jantar promovido no Palácio da Alvorada, na noite de quinta-feira (31), frustrando a tentativa de demonstrar unidade institucional em defesa de Alexandre de Moraes após as sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos. São eles: André Mendonça, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux e Nunes Marques.
O encontro foi articulado como um gesto simbólico, com o presidente Lula como anfitrião, e buscava reunir os 11 integrantes do STF em uma imagem institucional de força, semelhante ao movimento feito após os atos de 8 de janeiro de 2023. O Palácio do Planalto, inclusive, havia preparado uma foto oficial com todos os ministros e o presidente da República, sob o lema da nova campanha publicitária do governo: “soberania nacional”. A imagem, no entanto, sequer foi registrada.
Compareceram apenas seis ministros: Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. A ausência dos demais expôs a divisão interna da Corte.
A presença de Edson Fachin ocorreu por cálculo institucional. Próximo presidente do STF, ele avaliou que uma eventual ausência poderia gerar ruídos, já que seu vice será o próprio Alexandre de Moraes.
Antes do jantar, Moraes buscou apoio dos colegas por meio de uma carta conjunta em sua defesa, após ter seu nome incluído na lista da Lei Global Magnitsky. A proposta, feita na quarta-feira (30), foi rejeitada pela maioria dos ministros. Segundo apuração do Poder360, mais da metade da Corte considerou inapropriado subscrever um documento coletivo e nominal contra uma decisão soberana dos Estados Unidos, sobretudo diante da gravidade das acusações envolvidas, entre elas violações de direitos humanos e uso político do Judiciário.
Diante da resistência, a única manifestação pública veio em tom neutro e institucional: uma nota assinada apenas pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, sem menções diretas ao governo americano.