Ciro Gomes formaliza nesta quarta-feira (22), às 13h, sua entrada no PSDB, legenda que pretende usar como plataforma para concorrer ao governo do Ceará nas eleições de 2026. O movimento marca o retorno de Ciro ao partido pelo qual administrou o Estado entre 1991 e 1994.
Aos 67 anos, o ex-ministro e ex-governador encerrou sua trajetória de dez anos no PDT ao entregar a carta de desfiliação ao presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, na sexta-feira (17). Esta é a sétima mudança partidária em sua carreira política.
A saída do PDT foi motivada por divergências em torno das articulações eleitorais para 2026. Ciro se opôs ao apoio da legenda à reeleição do governador petista Elmano de Freitas, com quem deverá disputar diretamente o Palácio da Abolição. O PT comanda o Executivo cearense desde 2015, quando Camilo Santana, hoje ministro da Educação no governo Lula, foi eleito pela primeira vez.
No PSDB, Ciro planeja centrar sua campanha na oposição ao PT. Em declarações recentes, afirmou estar “infeliz” no PDT após a adesão do partido à base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem já foi ministro.
A aproximação com o PSDB foi costurada principalmente por Tasso Jereissati, ex-senador e nome histórico da legenda no Estado, apontado como peça-chave na reaproximação. Segundo aliados, Ciro considera os tucanos como “o partido certo” para seu novo projeto político.
Ciro Gomes foi candidato à Presidência da República em quatro ocasiões: 1998, 2002, 2018 e 2022. Nas duas últimas, representando o PDT, ficou em quarto lugar, com 3% dos votos válidos no pleito mais recente. Apesar do novo movimento partidário, o ex-ministro já declarou que não pretende disputar novamente o Palácio do Planalto.
Desde as eleições municipais de 2024, Ciro intensificou sua oposição ao PT e passou a dialogar com lideranças do centro e do campo bolsonarista. Em Fortaleza, apoiou o deputado André Fernandes (PL-CE), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, contra o candidato petista Evandro Leitão, que saiu vencedor.
Antes do PDT, o político passou por outras cinco siglas: PDS, PMDB, PPS, PSB e Pros.
O PSDB, atual destino de Ciro, enfrenta seu pior momento desde a fundação em 1988. Entre 1998 e 2000, chegou a contar com 9.794 filiados com mandato eletivo. Em 2025, o número caiu para 3.330, com base nos resultados das eleições de 2022 e 2024, o que representa uma redução de 66%.
Com a desfiliação de Eduardo Riedel, governador de Mato Grosso do Sul, que migrou para o PP em agosto, o PSDB deixou de comandar qualquer Estado ou o Distrito Federal pela primeira vez em sua história.