A manifestação marcada para o próximo domingo, 29 de junho, na Avenida Paulista, em São Paulo, promete reunir milhares de brasileiros em defesa da Justiça, da liberdade e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Organizado pelo pastor Silas Malafaia, o evento ocorre às vésperas do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pretende tornar Bolsonaro réu em uma acusação controversa de tentativa de golpe — um processo que, para muitos juristas e lideranças políticas, fere princípios constitucionais e ignora o devido processo legal.
O ex-presidente confirmou presença no ato, reforçando o tom de resistência e mobilização nacional contra as ações do Judiciário que vêm sendo vistas como politicamente motivadas. Em vídeo divulgado por sua equipe, Bolsonaro afirmou: “O Brasil precisa de cada um de nós. É por Justiça, é por liberdade.”
Governadores que vão ao ato por Justiça
Entre os governadores que já anunciaram presença estão nomes de peso da política nacional:
— Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP),
— Romeu Zema (Novo-MG),
— Jorginho Mello (PL-SC),
— Cláudio Castro (PL-RJ), que levará também Rodrigo Bacellar, seu aliado e pré-candidato ao governo fluminense.
A participação desses chefes de Executivo mostra que a pauta da liberdade de expressão e da resistência a abusos de autoridade não se restringe à militância de base, mas já mobiliza setores institucionais relevantes.
Por outro lado, alguns governadores se ausentarão: Ratinho Jr. (PSD-PR) informou que não comparecerá, e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) estará em Lisboa na data do ato.
Ato cobra anistia
A manifestação tem como bandeiras principais o pedido de anistia aos presos políticos do 8 de janeiro e a crítica às decisões do STF que, segundo os organizadores, violam garantias fundamentais, ferem o devido processo legal e transformam adversários políticos em alvos judiciais.
O pastor Silas Malafaia tem usado suas redes sociais para mobilizar lideranças e cidadãos comuns, destacando que “o Brasil está diante de um divisor de águas”, em referência ao avanço da criminalização da oposição e do ativismo judicial por parte da Corte.
Interrogatório e tensão institucional
Na semana anterior, o ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento ao STF sobre as acusações de tentativa de golpe. Na oitiva, Bolsonaro reiterou sua convicção de que não poderia, por princípios, participar da cerimônia de posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não passei [a faixa] porque não ia me submeter a passar a faixa para esse atual mandatário aí”, declarou.