
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, elogiou nesta segunda-feira (3) a grande operação realizada na semana passada no Rio de Janeiro e afirmou, em discurso, que o sistema penal brasileiro apresenta falhas decorrentes do que chamou de uma “cultura marxista” que, segundo ele, tende a tratar criminosos como vítimas.
A fala foi proferida durante sua participação no FOPA 2025 (Fórum Paulista de Desenvolvimento), em Itu (SP).
Derrite — que além do cargo no Executivo paulista também foi eleito deputado federal — defendeu a necessidade de mudanças legislativas para reduzir a reincidência criminal. Para o secretário, parte do problema está na certeza, por parte de quem comete crimes, de que a prisão será temporária, o que, na visão dele, incentiva a repetição das infrações.
O gestor destacou também o caráter técnico da intervenção promovida pelas forças de segurança fluminenses, realizada na terça-feira (28), e afirmou que operações desse tipo são compatíveis com iniciativas voltadas ao combate econômico ao crime, como o enfrentamento à lavagem de dinheiro. “Uma medida não exclui a outra”, afirmou, ao criticar especialistas que, segundo ele, subestimam a realidade vivida por agentes e moradores de áreas conflagradas.
Derrite comparou ainda a conjuntura do Rio a cenários de violência que, na sua avaliação, têm sido enfrentados por policiais paulistas em áreas como a Baixada Santista, citando, como exemplo, as operações Escudo e Verão, que receberam críticas de setores públicos e da sociedade. Para o secretário, esses questionamentos muitas vezes partem de quem desconhece a realidade local.
O secretário anunciou, por fim, que deve se licenciar do cargo na administração estadual para assumir a relatoria, na Câmara dos Deputados, de um projeto que propõe equiparar organizações criminosas a grupos terroristas. Derrite declarou que, na condição de relator, defenderá o enquadramento de facções como o PCC e o CV como organizações terroristas e o endurecimento de regras sobre progressão de regime, com o objetivo de aumentar o tempo de permanência desses condenados no sistema prisional.