O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), afirmou nesta quinta-feira (3) que a possibilidade de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “pode ser discutida”, mas ponderou que é necessário respeitar os trâmites judiciais antes de qualquer deliberação política sobre o tema.
“Não foi encerrado o julgamento em relação aos crimes que tenha cometido. Vamos aguardar as definições do STF [Supremo Tribunal Federal]”, disse Leite a jornalistas durante participação no 13º Fórum de Lisboa.
O governador alegou ter ‘confiança’ no Supremo Tribunal Federal e criticou o que chamou de incoerência de parte do debate público. “É curioso que agora quem questiona o trabalho do Judiciário são aqueles que ali atrás estavam aplaudindo quando significou a prisão do seu adversário”, afirmou, referindo-se ao processo que envolveu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Leite também defendeu que o Brasil precisa ‘superar’ a polarização política. “O que estamos discutindo na eleição nesse momento no Brasil? A possibilidade da reeleição do presidente Lula. De outro lado, o que alguns buscam de alternativa é o ex-presidente [Bolsonaro], que está inelegível, que concorreu uma vez, foi eleito, tentou a reeleição, não conseguiu, está inelegível.”
Segundo ele, é necessário avançar para além da disputa entre os dois líderes. “O país precisa superar isso, acho que tem uma questão geracional da política brasileira que de fato precisa evoluir. E não é só discutir mais o Lula ou o Bolsonaro, é discutir o Brasil. O país tem enormes desafios, tem crise nas contas públicas, tem desafios sociais, econômicos, presentes conosco ainda.”