Uma formatura de alunos da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em Aracaju, tem gerado polêmica nas redes sociais. Isso porque no último domingo, 12 de junho, parte dos formandos foram filmados comemorando a colação de grau em cima de um palco ao som de “Lula lá” — jingle que embalou a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1989 e, novamente, fará link com a campanha do petista neste ano de 2022.
Além do jingle, é possível ver os formandos erguendo bandeiras com a foto do ex-presidente, fazendo também gestos da letra “L” com as mãos.
Lula, por sua vez, compartilhou o momento em seu perfil nas redes sociais e parabenizou os universitários. Em 2017, esta mesma instituição entregou o título de Doutor Honoris Causa da UFS ao petista.
Assista ao vídeo:
Formatura de direito na UFS em Aracaju pic.twitter.com/nxsnRdPcvU
— Jackson Carneiro (@JacksonCarnei17) June 12, 2022
Acusações de doutrinação
Em 2019, ano de primeiro mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Educação (MEC) encaminhou um ofício às redes de ensino do país, com orientações visando “à melhora do ambiente escolar”. A lista incluía cuidados com o que o governo chamou de “doutrinação” e “exposição à propaganda político-partidária”.
O posicionamento da pasta, na época, gerou questionamentos na imprensa e foi alvo de investidas da oposição. Deputados e senadores de esquerda alegavam que o MEC não apresentava provas capazes de legitimar a ação em redes de ensino.
O presidente da República, que já falava sobre o assunto, passou a se debruçar ainda mais sobre o tema. Segundo ele, a área da Educação no País foi aparelhada durante governos de esquerda.
Bolsonaro, ao falar sobre doutrinação em sala de aula, se baseia em diversos pontos, especialmente uma série de relatos de pais e estudantes na internet. É comum presenciar depoimentos de pessoas que tenham presenciado algum tipo de militância política dentro de escolas e universidades, especialmente as públicas.
Sob a justificativa de instigar o pensamento crítico do aluno, grupos promovem atos contra o governo federal, defendem pautas relacionadas à descriminação das drogas, do aborto, além da defesa da chamada ideologia de gênero em encontros e eventos oficiais. Há relatos, inclusive, de alunos que dizem que há representantes de instituições federais que defendem a “revolução” comunista, além incitarem o ódio contra quem pensa diferente.
Em março deste ano, o professor de História, Gabriel Giannattasio, da Universidade de Londrina (UEL), denunciou ações no ambiente acadêmico que favorecem o pensamento único, além de trazer à tona pontos de totalitarismo e intolerância.
Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, ele disse sofrer, há quase 15 anos, o que convencionou-se chamar de “cancelamento”.
— Basta pegar o meu currículo Lattes e ver. Você para de ser chamado para participar de banca, você para de ser chamado para participar de mesas, congressos. É um boicote, uma política de cancelamento — relatou o docente.