Há algum tempo o jargão “quem lacra não lucra” passou a fazer parte do vocabulário do brasileiro. O termo é justificado pela adesão de marcas e empresas a posicionamentos políticos e ideológicos alinhados ao ‘politicamente correto’.
Grupos e empresas passaram a adotar uma série de ações afirmativas que, teoricamente, evitam afetar pessoas que são vistas como desfavorecidas ou discriminadas, especialmente em questões ligadas a gênero, orientação sexual ou cor.
No entanto, para grande parte dos consumidores, tais medidas são intervenções implantadas com o objetivo de “lacrar”, ou seja, ações que visam se beneficiar sobre determinadas narrativas para galgar público direcionado e, consequente, ganhar prestígio sobre diversas temáticas.
A partir disso, a expressão “quem lacra não lucra” tornou-se um tom ecoado por todos aqueles que se recusam a dar notoriedade às agências que se submetem a nutrir diretrizes estipuladas neste sentido.
Acontece que, no ambiente digital, grande parte dos chamados influencers possuem posicionamentos de espectro político de esquerda. No ano eleitoral de 2018, por exemplo, diversos nomes passaram a declarar repúdio ao então candidato do PSL, Jair Bolsonaro.
À época, o jogral “Ele Não” passou a ser entoado de forma quase unânime entre a classe artística e cibernética. Inclusive, nomes que nunca tinham se posicionado na carreira passaram a adotar tom incisivo contra o presidenciável.
As declarações, é claro, tiveram consequências. Vários segmentos registraram queda de engajamento nas redes sociais e, especialmente, de público, após alinhar-se ao ‘polimento compulsório’.
Cenário negativo
Agora, 4 anos depois, o cenário volta se repetir. Às vésperas das eleições presidenciais, o jornal Folha de S.Paulo registra que os influenciadores digitais estão relatando dificuldades em fechar ações publicitárias, as chamadas “publis”, após manifestarem apoio aberto a Luiz Inácio Lula da Silva e ao Partido dos Trabalhadores.
Entre os nomes estão: Felipe Neto, Deolane Bezerra e Luísa Sonza. Frequentemente, eles usam as redes sociais para abordar diversas questões, incluindo posicionamentos políticos. De modo incisivo, eles costumam alinhar-se a pautas e assuntos voltados à esquerda.
O que diz Sonza
Usando as plataformas digitais, essas personalidades citadas na matéria estão relatando o posicionamento das marcas sobre abordagens políticas.
No Twitter, Luísa Sonza escreveu a seguinte mensagem: “É de uma tristeza profunda saber que as marcas estão derrubando campanhas de publicidade com celebridades e influencers que se posicionam politicamente. O que deveria ser uma necessidade para se contratar. Eu fico indignada.”
O que diz Deolane
A advogada Deolane Bezerra, por meio da mesma rede social, também fez um discurso alinhado ao que foi dito pela cantora, dizendo que empresas interessadas em patrocinar uma festa de arraial que ela tem preparado estão pedindo que seus posicionamentos políticos, que incluem a publicação de fotos com o candidato petista, sejam interrompidos.
— Vocês devem ter visto que muitos artistas estão “perdendo” publicidades e trabalhos por se posicionar, estou fazendo meu Arraial e tô tendo bastante dificuldades com as empresas que não aceitam eu não me “silenciar” — escreveu a viúva do cantor MC Kevin.