RELAÇÕES BRA-EUA

Maioria dos brasileiros vê provocação de Lula a Trump na cúpula do Brics, aponta Genial/Quaest

Segundo pesquisa, 55% acreditam que petista tensionou relação ao criticar o presidente dos EUA; para 31%, Lula não provocou

Foto: Marcelo Camargo/ABr
Foto: Marcelo Camargo/ABr

Uma pesquisa do instituto Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (16) mostra que 55% dos brasileiros consideram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provocou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), durante a 17ª Cúpula do Brics, realizada no início de julho. Outros 31% avaliam que Lula não provocou o mandatário norte-americano, enquanto 14% não souberam ou não quiseram responder.

O levantamento, encomendado pela Genial Investimentos, foi feito entre os dias 10 e 14 de julho e ouviu 2.004 eleitores em entrevistas presenciais. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Durante o encontro do Brics — grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — Lula criticou Trump por supostamente “ameaçar” países pelas redes sociais. O presidente dos EUA havia afirmado que poderia taxar aliados que seguissem “políticas antiamericanas do Brics” com uma tarifa de 10%. Em resposta, os membros do bloco divulgaram uma declaração conjunta em defesa da soberania nacional sobre a regulação da inteligência artificial (IA) e discutiram alternativas ao dólar como moeda padrão nas transações internacionais.

Após o encerramento da cúpula, Lula voltou a criticar Trump. “Ele não deveria dar palpite sobre a política brasileira”, disse o petista a jornalistas. A declaração foi uma reação à postagem em que Trump acusava o Brasil de promover uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em referência ao processo por tentativa de golpe de Estado em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

No dia 9 de julho, Trump publicou uma carta direcionada a Lula, anunciando que os Estados Unidos aplicariam uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. No texto, o republicano também criticou a ampliação da responsabilização das big techs pelo STF e se posicionou contra o tratamento dado a Bolsonaro pelas autoridades brasileiras.