A Fast Shop vai encerrar as atividades de 11 lojas, o equivalente a cerca de 15% de seu parque, além de um centro de distribuição, como parte do processo de reestruturação iniciado após a Operação Ícaro, do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O Conexão Política havia antecipado em setembro que a empresa planejava ajustes internos, incluindo demissões, redução no número de diretorias e revisão de portfólio.
Em nota, a rede afirmou que “reavalia constantemente a sua estrutura e operação, inclusive de lojas físicas, com a priorização de pontos de venda que estejam alinhados à sua estratégia”. Atualmente, a companhia possui 80 lojas no país, operando as bandeiras Fast Shop e M1, além de cinco unidades A2You, voltadas a produtos Apple.
De acordo com informações do Times Brasil, confirmadas pelo Valor Econômico, os primeiros fechamentos atingirão lojas A2You nos shoppings Barigui (Curitiba), Aricanduva, Boulevard Tatuapé e Interlagos (São Paulo). Na sequência, serão encerradas as operações nos shoppings Iguatemi Salvador, M1 Itaquera (SP), M1 SP Market, SP Market e Rio Mar Fortaleza, além do centro de distribuição em Fortaleza. O último ciclo de cortes inclui as lojas do Barra Salvador e M1 Litoral Plaza, em Praia Grande (SP).
A crise da empresa se intensificou em agosto, quando o MP-SP revelou um esquema de liberação irregular de créditos de ICMS mediante pagamento de propina ao então chefe de fiscalização da Secretaria da Fazenda, Artur Silva Neto.
Para conduzir o processo de recuperação, a Fast Shop contratou Rodrigo Ogawa como CEO interino em setembro. Especialista em gestão de crise, ele assumiu o comando com a missão de estabilizar a companhia.
A família Kakumoto, controladora da rede, firmou acordo de não persecução penal com o MP-SP e se comprometeu em desembolsar cerca de R$ 100 milhões em multa. O montante será quitado pelos executivos e sócios, sem impacto direto no caixa da empresa. Paralelamente, continuam as negociações para a quitação de dívidas fiscais e multas junto ao Fisco.