INCITAÇÃO AO CRIME

MP denuncia sobrinho-neto de Dilma por incitação ao crime após queixa de Nikolas Ferreira

O vereador de Belo Horizonte Pedro Rousseff (PT), sobrinho-neto da ex-presidente Dilma Rousseff, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) por suposta incitação ao crime. A denúncia foi apresentada após representação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que acusa Pedro de fazer declarações que estimulam a prática de agressões físicas.

A controvérsia teve início durante as eleições municipais de 2024, quando o vereador afirmou, em entrevista sobre seu mandato, que agiria de forma “firme e corajosa” e mencionou estar disposto a “dar uma cadeirada”, em referência a um episódio envolvendo Pablo Marçal (PRTB) durante um debate em São Paulo. Pedro disse que faria “a mesma coisa com Nikolas e os fantoches dele”.

Acusação do Ministério Público

A promotora Larissa Souto Maior de Oliveira, responsável pela denúncia, afirmou que o vereador buscou “despertar em seus espectadores, ouvintes, seguidores e eleitores o desígnio de cometer agressões físicas contra vereadores do PL e contra o deputado federal Nikolas Ferreira”.

A defesa de Nikolas havia solicitado que Pedro fosse acusado também por ameaça, mas o MP rejeitou esse pedido. A denúncia tramita na 2ª Unidade Jurisdicional Criminal, 38º Juizado de Direito, em Belo Horizonte.

O juiz Gustavo Henrique Hauck Guimarães determinou para o próximo dia 6 a realização de uma audiência de instrução e julgamento. O MP havia proposto um acordo para prestação de serviços comunitários por três meses, dado que o crime tem pena máxima de seis meses de detenção. Pedro Rousseff, no entanto, recusou a proposta.

“Logo o Nikolas, que se diz vítima do Judiciário, está me denunciando por falas que faço contra ele. Já são cinco processos, está usando de assédio jurídico contra mim”, declarou o vereador ao O Globo.

Desdobramentos envolvendo Nikolas Ferreira

Paralelamente, o Ministério Público Eleitoral pediu a suspensão dos direitos políticos de Nikolas Ferreira. O motivo são vídeos publicados durante a campanha eleitoral que associariam o então prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), a práticas ilícitas com base em um livro de sua autoria. O MP entendeu que o material configuraria difamação.

A defesa de Nikolas, no caso de Pedro Rousseff, sustenta que as declarações sobre a “cadeirada” extrapolam o limite da liberdade de expressão e configuram uma ameaça direta.

O processo segue em andamento, com expectativa de novos desdobramentos nas próximas semanas.