Política

‘Não mandei matar a Marielle. A PF está me fazendo sangrar’, diz Domingos Brazão

Apontado como alvo nas apurações do caso Marielle Franco e Anderson Gomes, o veterano político do Rio de Janeiro e atual conselheiro do Tribunal de Contas do estado (TCRJ), Domingos Brazão, afirma não ter envolvimento no assassinato da então vereadora do PSOL e, junto a ela, o seu motorista.

Como noticiou o Conexão Política, Brazão, segundo o site de esquerda The Intercept Brasil, foi citado em delação premiada feita à Polícia Federal pelo policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos.

O então acordo de delação estaria tramitando no Superior Tribunal de Justiça (STJ), indicativo de que o mandante do crime contra a parlamentar e o motorista tem foro especial por prerrogativa de função, dispositivo conhecido como foro privilegiado — direito garantido a autoridades que ocupam cargos públicos, como é o caso de Brazão.

Histórico de Brazão

Domingos Brazão, de 58 anos, já ocupou cargos de vereador, sendo também deputado estadual por cinco mandatos consecutivos (1999-2015), além de ocupar cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCR-RJ).

Contra ele, de acordo com o jornal O Globo, a ficha é extensa. O veículo diz que já foram levantadas suspeitas de corrupção, fraude, improbidade administrativa, compra de votos e até homicídio.

Afastado e depois reconduzido ao cargo de conselheiro do TCE-RJ, Brazão recebeu decisão favorável em março do ano passado, quando a 13ª Câmara de Direito Privado determinou o seu retorno por 2 votos a 1.

Outro lado

Em entrevista concedida ao portal Metrópoles, Domingos Brazão negou qualquer tipo de envolvimento no caso.

“Não mandei matar Marielle. Nem ela nem ninguém, graças a Deus. Eu nem conheci a Marielle Franco. Fui conhecer a Marielle Franco após esse trágico assassinato aí”, declarou.

De acordo com a reportagem, Brazão diz viver um drama injusto. “Mas não tira mais meu sono”, afirmou o político na tarde desta terça-feira (23).