
Uma nova rodada de pesquisas sobre a disputa presidencial de 2026 confirma que o sobrenome ‘Bolsonaro’ continua sendo o principal fator de competitividade contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dados do Instituto Paraná, realizado em todas as unidades do país, apontam que tanto Jair Bolsonaro (PL) quanto Michelle Bolsonaro (PL) aparecem como únicos capazes de rivalizar diretamente com o petista em cenários de primeiro e segundo turno.
Disputa no primeiro turno
No Cenário 1, Jair Bolsonaro registra 35,2%, enquanto Lula soma 34,8%, configurando empate técnico, mas com vantagem numérica para o ex-presidente. Ciro Gomes (PDT) aparece distante, com 7,9%, seguido por Ratinho Jr. (PSD) com 6,1%.
No Cenário 2, a presença de Michelle Bolsonaro conta com a força do sobrenome. Ela atinge 28,9%, contra 35,1% de Lula. Mesmo sem experiência em disputas nacionais, Michelle supera nomes tradicionais, como Ciro Gomes (9,4%) e Ratinho Jr. (7,7%).
Já no Cenário 3, Lula tem 35,1% contra 24,5% de Tarcísio de Freitas (Republicanos). O governador paulista fica 11 pontos atrás, enquanto Ciro Gomes (9,8%) e Ratinho Jr. (8,4%) aparecem à frente de Ronaldo Caiado (União), com 4,6%.
Segundo turno
A pesquisa também simulou embates diretos. Contra Jair Bolsonaro, Lula aparece com 41,5%, enquanto o ex-presidente chega a 44,4%, numericamente à frente do petista.
Na disputa entre Lula e Michelle Bolsonaro, a diferença é menor: 43,4% para ela contra 42,3% do petista, em situação de empate técnico.
O confronto entre Lula e Tarcísio mostra equilíbrio absoluto, ambos com 41,9%, mas sem indícios de crescimento considerável do governador paulista.
Análise do cenário
Os dados indicam que o bolsonarismo prevalece como o polo de oposição a Lula. Seja com Jair ou com Michelle, o movimento consegue reproduzir um patamar competitivo capaz de forçar a polarização da eleição.
Apesar de a sondagem se limitar ao campo do Executivo federal, os indicadores tendem a fazer com que esses números bolsonaristas recaiam nos estados, de onde virão as eleições para deputados estaduais, federais, governadores e senadores.
Tarcísio de Freitas, antes visto como herdeiro natural, aparece em desvantagem a cada nova rodada. Analistas avaliam que a aproximação do governador paulista com elites e integrantes da ‘política profissional’ têm gerado desconfiança em parte do eleitorado à direita, o que explicaria a estagnação de seu nome nas pesquisas.
No atual estágio, a marca Bolsonaro permanece como única via real de enfrentamento ao PT em 2026, sustentando a força do eleitorado conservador mesmo diante das incertezas jurídicas e políticas do ex-presidente, que está inelegível até 2030, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).