Em tempos recentes, a Rússia vem recebendo sanções internacionais, consequência de violações aos direitos humanos nos conflitos na Europa. Naturalmente, as sanções também afetam os bens digitais.
Qualquer tipo de interação entre duas ou mais nações têm impactos positivos ou negativos para o mundo todo. Mesmo países que não estejam diretamente envolvidos sentem os efeitos de mudanças nas políticas. Esse fato é um dos pilares das relações internacionais e da economia em seu nível global.
É certo que dentre todos os tipos de interações possíveis, aquelas de cunho econômico estão entre as mais importantes. O dinheiro faz o mundo girar, de modo que uma sanção aqui ou um benefício ali têm potencial para alavancar ou para ruir um espaço econômico, conforme as tendências do mercado.
Partindo desse pressuposto, nós chegamos às criptomoedas; e, mais especificamente à Bitcoin, “mãe” de todas as outras. De que maneira a sua adoção global influencia as relações entre os países? O que mudou, desde a sua criação em 2009, até os dias de hoje? Abaixo vamos responder essas questões.
1 – Sanções e proibições das criptomoedas ao redor do mundo
Levando em conta que as criptomoedas não estão “atreladas” a nenhum país específico (exceto em um caso, que vamos explorar mais adiante), não é de se surpreender que elas sejam restritas em alguns países. Dezenas estabeleceram algum tipo de proibição, com 7 delimitando o banimento total.
Dentre os países que proibiram o Bitcoin estão Algéria, Egito, Marrocos, Afeganistão, Bangladesh, Nepal e China. Levando em conta a importância internacional da China, é correto dizer que a ilegalidade das criptomoedas no país tem impactos gigantescos na comercialização de seus bens internos e externos.
2 – Transferência de bens digitais entre países
Essa ramificação na relação entre os países está relacionada com o item anterior. Embora os espaços digitais pareçam quebrar barreiras geográficas, a verdade é que a internet também está restrita aos limites das nações de onde é acessada. E isso inclui a transferência de bens digitais com criptomoedas.
Pegando como exemplo a China, um cidadão que fosse identificado minerando Bitcoins ou outro tipo de criptomoeda estaria infringindo a lei, o que impede investimentos internacionais no país usando esse modelo de pagamento. Há maneiras de “burlar” as proibições, é claro, mas as soluções são ilegais.
3 – Flutuação dos valores da Bitcoin para cada moeda
Como é fácil deduzir levando em conta a natureza das criptomoedas, o preço do Bitcoin não é fixo. Isso pode ser perfeitamente ilustrado pelo criador da moeda digital, o qual hoje é dono de uma fortuna a partir da valorização do BTC que guardou durante todos esses anos. E esse elemento é importante.
Plataformas como a Binance permitem que o valor do Bitcoin e das demais criptos seja conferido em tempo real, de forma idêntica ao que acontece com o dólar, o euro, o real e outras moedas oficiais dos países. Uma unidade de Bitcoin, então, tem um valor distinto quando comprada em real ou dólar.
4 – Utilização como moeda oficial de uma nação
No primeiro item dessa lista nós mencionamos que as nações não têm ligação direta com as criptos, com exceção de uma. Pois chegou a hora de falar dela! Essa nação é El Salvador; a qual, desde 2021, tem a Bitcoin como a sua moeda oficial. Isso mesmo: de uma maneira similar a como nós temos o real.
Isso se desdobra nas relações internacionais e geopolíticas do país, levando em conta que cada nação negocia seus bens a partir das moedas oficiais que possuem. A decisão não é unânime, e anos após a adoção, a maior parcela da população de El Salvador afirma que a mudança não melhorou a economia.
5 – Criação de criptomoedas por desenvolvedores internacionais
Diferentes criptomoedas possuem criadores de países distintos. A Ethereum, por exemplo, tem um criador da Rússia; enquanto a Dogecoin tem “pais” americanos. Isso não parece importar diretamente para o funcionamento das moedas, mas impacta a criação de novas criptos em outros países do globo.
E a prevalência não termina aí. A verdade é que as criptomoedas têm um impacto tremendo mesmo fora do âmbito online, o que significa que seus impactos rendem listas ainda maiores. A partir dessa realidade, é interessante considerar essa e outras tecnologias quando se discute política internacional.