
O uso do slogan “Meu Partido É o Brasil” por parlamentares do PT e de partidos da base aliada ao governo Luiz Inácio Lula da Silva provocou reação da oposição, que acusa a esquerda de se roubar e se apropriar de forma indevida de uma bandeira vinculada à direita brasileira.
A frase, que ganhou projeção nacional a partir de campanhas conservadoras ligadas a Jair Bolsonaro (PL), passou a ser utilizada por deputados governistas nas redes sociais e em discursos oficiais, incluindo uso de bonés personalizados. A movimentação tem sido interpretada por adversários como uma tentativa do PT de esvaziar símbolos que se consolidaram como representação da oposição ao lulismo.
Parlamentares de partidos como PL, Novo e Republicanos reagiram com críticas. Alguns classificaram a atitude como “roubo criminoso” e acusaram a base de Lula de tentar “reconstruir” sob falsidade ideológica uma identidade patriota, que, segundo eles, sempre foi combatida pela esquerda.
“A esquerda passou os últimos anos dizendo que o Brasil não cabe numa bandeira, que patriotismo é discurso de extremista, e agora querem usar esse tipo de expressão como se sempre tivessem defendido o país acima de tudo”, externou um deputado oposicionista.
A disputa em torno do slogan se soma a uma série de tensões entre governo e oposição, que já travam embates em áreas como economia, política externa e liberdade de expressão. A apropriação de lemas, cores e símbolos nacionais virou um dos principais meios de atuação entre os dois campos políticos. No governo Bolsonaro (2019–2022), já havia controvérsias sobre o uso de cores ligadas ao debate de gênero, como azul e rosa. Durante a campanha de 2022, o verde, o amarelo e o azul foram associados à direita, enquanto o vermelho passou a representar a frente ampla que reuniu grupos de esquerda em apoio à candidatura de Lula contra a reeleição do então presidente Bolsonaro.
Ao Conexão Política, parlamentares da oposição anunciaram que pretendem intensificar a reação e lançar uma campanha para “resgatar o sentido” da frase, com ações nas redes sociais, pronunciamentos no Congresso e eventual judicialização do caso. Eles acusam o governo de cometer “roubo” de propriedade publicitária e intelectual, que, segundo afirmam, está protegida por registros de patente e outros instrumentos legais.