O senador Rogério Marinho (PL-RN) criticou, nesta quinta-feira (3), a campanha do Partido dos Trabalhadores (PT) pela chamada “Taxação BBB” — alusão à proposta de aumento de tributos sobre bilionários, bancos e empresas de apostas. Em publicação na rede X/Twitter, o parlamentar classificou a iniciativa como uma “estratégia do ódio” e afirmou que o governo tenta “dividir o país em dois blocos antagônicos”.
“Pobres contra ricos, pretos contra brancos, patrões contra trabalhadores. Esse é um filme ruim que estamos assistindo de novo, e já sabemos o final: quem perde é o Brasil”, escreveu Marinho.
Na mesma postagem, o senador também compartilhou uma reportagem sobre a ocupação de um prédio do banco Itaú, na Avenida Faria Lima, em São Paulo, por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). O grupo reivindicava a implementação da proposta defendida pelo PT. “Se apoiadores da direita invadem prédios públicos ou privados, 17 anos de cadeia. Para a esquerda, sem punição. Isonomia é palavra riscada do vocabulário”, acrescentou.
A campanha pela “Taxação BBB” foi lançada oficialmente nas redes sociais no dia 26 de junho, e recebeu reforço na quarta-feira (2), quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apareceu em Salvador segurando um cartaz com o slogan. A ação tem sido impulsionada nas redes com vídeos, peças publicitárias e declarações públicas de lideranças do governo, incluindo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Um dos vídeos mais recentes, divulgado no perfil oficial do PT, utiliza inteligência artificial para encenar uma conversa em um bar fictício — o “Boteco do Brasa” — em que personagens comparam a distribuição da carga tributária no Brasil. A mensagem central da campanha é a de que os mais ricos contribuem proporcionalmente menos que os mais pobres, o que seria corrigido com um “novo imposto de renda”.
Outra peça divulgada pelo partido no fim de junho mostra a desigualdade de forma simbólica: pessoas pobres, abatidas, carregam sacos grandes com a inscrição “imposto”, enquanto figuras que representam os ricos aparecem com pequenos sacos rotulados da mesma forma.
A ofensiva do governo é turbinada em um ciclo de desgaste com o Congresso, que recentemente derrubou um decreto presidencial que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O Executivo agora tenta retomar a narrativa pública e justificar medidas tributárias voltadas ao que chama de “justiça fiscal”.
Apesar do engajamento da base governista, parlamentares de oposição como Marinho afirmam que a estratégia não passa de um recurso político para fomentar divisão social. Para o senador, o governo tenta atribuir à elite econômica a responsabilidade por um sistema tributário que, segundo ele, “deveria ser reformado com consenso e responsabilidade, e não com propaganda ideológica”.