EM QUEDA LIVRE

Saiba quanto a Netflix já perdeu desde o início do boicote promovido por Elon Musk; veja a sequência

Magnata pede que internautas cancelem a plataforma por causa de séries infantis com personagens trans, como Dead End: Paranormal Park.

Foto: Gael Statth
Foto: Gael Statth

A Netflix enfrenta um dos períodos mais turbulentos do ano desde que o empresário Elon Musk iniciou, na última quarta-feira (1º), uma campanha pública para que usuários cancelassem suas assinaturas. O boicote aberto, que rapidamente viralizou no X/Twitter, abriu uma sequência de quedas na Bolsa de Nova York, apagando bilhões do valor de mercado da gigante do streaming.

Boicote em massa

Tudo começou quando Musk publicou uma série de postagens criticando o que chamou de “agenda ideológica” em produções infantis da plataforma, pedindo aos seguidores que “cancelem a Netflix”. Em uma das mensagens mais compartilhadas, o bilionário escreveu: “Cancel Netflix for the health of your kids”, ou seja, “cancele a Netflix pela saúde dos seus filhos”.

As publicações foram abraçadas por perfis conservadores, que apontaram a animação “Dead End: Paranormal Park”, criada por Hamish Steele, como exemplo de “influência ideológica”. A série tem um protagonista trans e foi o estopim da campanha. Após as declarações, Steele relatou ter recebido ataques e mensagens homofóbicas nas redes.

A queda dia a dia

Foto: Arquivo/Reprodução

Na terça-feira (30), dia anterior ao início do boicote, a ação da Netflix fechou a US$ 1.198,92, servindo como base de comparação.

Com os primeiros posts de Musk em andamento, já na quarta-feira (1º), a rápida adesão de perfis conservadores fez o papel financeiro fechar em US$ 1.170,90, numa queda de 2,34% em relação ao dia anterior.

Na quinta-feira (2), os protestos continuaram, fazendo o pregão fechar em US$ 1.162,53, com recuo de 0,71% no dia e acumulando -3,04% desde o início da campanha.

Já na sexta-feira (3), as perdas se aprofundaram, e a cotação chegou a US$ 1.153,32, com nova baixa de 0,79%. O resultado cravou uma queda acumulada de 3,8% desde terça-feira (30).

Em valor de mercado, a desvalorização equivale a mais de US$ 15 bilhões em aproximadamente 36 horas, podendo chegar a US$ 17 bilhões se considerados os três dias de baixa consecutiva. Em real, moeda brasileira, é o equivalente a quase R$ 100 bilhões.

Netflix em silêncio

Até o momento, a Netflix não se pronunciou oficialmente sobre o movimento. Analistas de mercado sugerem que ainda é cedo medir o impacto permanente sobre o número de assinantes, já que os cancelamentos só aparecem nos balanços trimestrais. Ainda assim, o chamado “efeito Musk” continua sendo suficiente para gerar instabilidade e aumentar a pressão sobre investidores.