Foto: AUSa
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Depois de quarenta anos chamando Nova Iorque de casa, Sylvester Stallone decidiu partir. O ator contou que vai deixar a cidade para trás de vez, algo difícil de imaginar para quem sempre falou dela com tanta paixão. Durante boa parte da vida, ele dizia que Nova Iorque era “o melhor lugar da Terra”.

“Por 40 anos, foi minha casa. Um dia foi o melhor lugar da Terra. Mas agora é diferente”, declarou o artista, em publicação feita nas redes sociais.

Stallone atribuiu sua saída às mudanças recentes na metrópole, que segundo ele descaracterizaram o ambiente urbano e afetaram sua relação com a cidade. O ator afirmou que o principal motivo foi o que chamou de “desenvolvimento urbano inaceitável”.

“Entendo que as pessoas queiram tudo de graça, mas assim vão destruir a maior cidade do mundo, e eu não quero presenciar isso”, afirmou.

Novo prefeito eleito

A declaração de Sylvester Stallone veio no mesmo momento em que Zohran Kwame Mamdani foi eleito prefeito de Nova Iorque, o primeiro muçulmano e declarado socialista a ocupar o cargo na história da cidade.

Mamdani, de 34 anos, nasceu em Uganda e tem raízes indianas e ugandesas. Antes de vencer as eleições municipais, atuou como deputado estadual pelo distrito de Queens. Sua agenda eleitoral incluiu o congelamento de aluguéis em unidades controladas, transporte público gratuito, creches universais, aumento do salário mínimo para 30 dólares por hora até 2030 e elevação de impostos sobre grandes corporações e cidadãos com renda anual superior a 1 milhão de dólares.

O novo prefeito tomou projeção nacional pelo tom radical de algumas propostas e pela defesa aberta de pautas progressistas em áreas como imigração e habitação. Ele é um dos nomes ligados ao movimento “Democratic Socialists of America” (DSA), grupo que tem entre seus apoiadores figuras como Alexandria Ocasio-Cortez e Bernie Sanders.

Durante a campanha, Mamdani travou embates diretos com o presidente Donald Trump. O republicano o chamou de “pequeno comunista” e chegou a ameaçar cortar verbas federais destinadas à cidade caso ele fosse eleito. Trump também questionou sua elegibilidade e criticou o que chamou de “agenda socialista disfarçada de inclusão”.

Setores conservadores enquadraram Mamdani como um político de linha dura, com ideias consideradas radicais para a realidade americana. Ele, por outro lado, afirmou que pretende “transformar Nova Iorque em um exemplo de justiça social e econômica”, buscando uma guinada histórica nas políticas da cidade.