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Cientistas brasileiros desenvolvem técnica para identificar riscos de epidemias

Por Thaís Garcia
20/07/21 | 16:24
© ConexãoPolítica

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Por Rodolfo Haas

O século XXI vem sendo marcado por uma sequência de epidemias. Em 2003, a síndrome respiratória aguda grave (Sars) matou 774 pessoas. Seis anos depois, a pandemia de gripe aviária deixou pelo menos 18.449 vítimas fatais. Entre 2013 e 2016, 11.323 morreram afetadas pelo ebola na África – as estimativas são da Organização Mundial da Saúde.

A América do Sul foi vítima de uma crise provocada pelo zika vírus, que provocou a morte, no Brasil, de 351 crianças entre 2015 e 2018. E então, ao final de 2019, teve início a pandemia de Sars-Cov-2, que até o final de janeiro de 2021 já havia ceifado mais de 2 milhões de vidas.

As pandemias e epidemias se acumulam com maior velocidade, em parte em consequência do crescimento das metrópoles, que ocupam espaços onde antes havia ecossistemas em equilíbrio, e que acabam por levar novos patógenos para perto de seres humanos.

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“Haverá outras epidemias e pandemias, certamente. E algumas poderão vir da Amazônia”, explica Carlos Roberto Prudêncio, pesquisador científico do Instituto Adolfo Lutz e associado do movimento Docentes pela Liberdade (DPL).

Como monitorar e identificar o surgimento de novos agentes que representam perigo para a saúde humana, antes que eles se multipliquem e saiam de controle, especialmente em áreas tropicais, amplas e de difícil acesso? É para responder a essa pergunta que, há três anos, Prudêncio trabalha no desenvolvimento de uma metodologia eficaz, que possa se somar às que já existem, agregando agilidade e precisão ao monitoramento de possíveis riscos.

“Trabalhamos num teste laboratorial relativamente rápido e de grande amplitude na detecção de patógenos, que envolve sequenciamento de última geração e machine learning”, explica. “Esperamos ter resultados em breve”.

Para apresentar a pesquisa, no início de fevereiro, Prudêncio e outros 11 pesquisadores, tendo à frente a Drª. Marcela Santiago Pacheco de Azevedo, submeteram uma revisão ao JMIR Public Health and Surveillance o trabalho ‘Application of high-throughput serological tests for controlling zoonotic viral infection in Amazon rainforest and as a strategy to prevent future pandemics‘.

Proposta inovadora

O objetivo do grupo é instaurar no Brasil, e mais especificamente na região da Amazônia e ou hospitais, uma metodologia sorológica de alta capacidade de análise, que consiste na coleta sistemática de amostras de sangue de diferentes populações, humanas e animais, de uma determinada região. Assim, fazer a vigilância dos agentes patógenos que circulam.

“Dessa forma, podemos identificar problemas de saúde com antecedência, localizando situações de desequilíbrio ecológico e realizando correlações clínicas”, afirma o pesquisador do Adolfo Lutz.

Prudêncio lembra que a região em que os pesquisadores pretendem atuar é crucial. “A Amazônia tem um dos maiores reservatórios de vírus e outros patógenos desconhecidos do mundo. É um reservatório, a partir do qual os micro-organismos se adaptam até se tornarem capazes de atingir o ser humano”. Todos os vírus que surgiram ou se espalharam em grande escala foram devido a desequilíbrios ecológicos tais como HIV, Ebola e dengue, entre outros. Entre os agentes já conhecidos, lembra o estudo publicado em fevereiro, está um Mammarenavírus, gênero dos vírus da família Arenaviridae, que provoca a chamada febre hemorrágica brasileira.

Elaborada a partir do intercâmbio de transferência tecnológica com as universidades Harvard e John Hopkins, a nova metodologia permite não apenas fazer testes com mais precisão e agilidade, em larga escala e a um preço acessível, mas também garante a construção de um histórico mais preciso dos ciclos da doença, com correlações clinicas com outros vírus e assim, direcionando a analise específica para cada vírus detectado.

“Essa tecnologia vai acrescentar a ferramentas já existentes, como o sequenciamento, de forma a levar um tipo de informação que ainda não é gerada no país”, diz o pesquisador. “A partir dessa metodologia são gerados novos testes, para identificar novos patógenos ou variantes de patógenos conhecidos. Se um patógeno circula em determinada população, podemos desenvolver um teste rápido, e assim prevenir situações que podem sair do controle”, reforça.

Segundo o Rui Seabra Ferreira Jr., professor associado do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos, Campus de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a proposta permite lidar com um problema estrutural grave: “Os testes atuais utilizados para o diagnóstico da Covid-19, como o PCR, são caros e ao mesmo tempo necessitam de insumos que muitas vezes não temos disponíveis, tornando sua utilização ampla em toda a população inviável”. Já a metodologia proposta pelo professor, diz ele, “traz à luz alternativas que podem ser implantadas imediatamente e validadas por outros serviços, não apenas no Brasil”.

Para o docente da Unesp, “Prudêncio não está unicamente preocupado em ter sua pesquisa publicada em uma grande revista da área, mas sim com desenvolver tecnologia em nosso país e para aplicação imediata à nossa população. É o retorno do investimento que fazemos como sociedade na ciência, ao acreditar que nossos cientistas podem ajudar a melhorar nossa saúde e qualidade de vida”.

Soberania nacional

A importância de desenhar metodologias próprias, acessíveis para a realidade brasileira, é enorme, afirma Carlos Prudêncio. “Por uma questão de soberania nacional, temos que analisar a Amazônia, ver o que ela nos reflete em termos de saúde pública. Se há um desmatamento, uma questão climática, isso reflete na dinâmica de patógenos que poderiam ser gerados pelo desequilíbrio biológico. Cabe a nós monitorar”.

O pesquisador e associado do DPL finaliza: “Quanto mais a gente estudar, entender e mostrar domínio sobre o assunto, maior nossa soberania e independência com relação a outros países. Precisamos de ações conjuntas, organizadas, visando garantir não só o controle a respeito das informações, mas também a autossuficiência em relação a insumos e tecnologia, que agregam valor para o país”.

[Em tempo: A matéria faz parte de um esforço do movimento Docentes pela Liberdade (DPL) em trazer pensadores competentes e capazes de agregar análises relevantes para o cenário nacional. As opiniões expressas no conteúdo não reproduzem, necessariamente, as posições do DPL ou do Conexão Política.]

Tags: AmazôniaCarlos PrudêncioCiência e Tecnologiacientistas brasileirosDestaquedetecção de patógenosDPLmachine learningMovimento Docentes pela Liberdade

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