A Justiça Federal concedeu guarda provisória da capivara “Filó” ao fazendeiro e influenciador Agenor Tupibambá. Nos últimos dias, o animal passou a estar em evidência na imprensa após ser recolhido por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A decisão é do juiz federal Márcio André Lopes Cavalcante. De acordo com o despacho, o roedor “vive em perfeita e respeitosa simbiose com a floresta”. A capivara vivia com o influenciador desde pequena, e ele postava vídeos na internet, motivo pelo qual o Ibama determinou a apreensão do animal.
“Não há muros ou cercas que separam o casebre de madeira do autor em relação aos limites da floresta. […] Não há animais de estimação no quintal da casa do autor porque o seu quintal é a própria Floresta Amazônica”, diz a decisão.
“Percebe-se, portanto, que não é a Filó que mora na casa de Agenor. É o autor que vive na floresta, como ocorre com outros milhares de ribeirinhos da Amazônia, realidade muito difícil de ser imaginada por moradores de outras localidades urbanas do Brasil”, acrescenta.
A capivara, que estava em uma gaiola na sede do Ibama em Manaus (AM) após ser recolhida, foi devolvida ao influenciador neste último domingo (30).
Para justificar suas ações, o Ibama afirma que as postagens feitas por Tupinambá “estimulam a vontade de as pessoas retirarem esses animais do seu habitat natural” e, ainda, promove incentivo ao tráfico de animais silvestres.
Em nota, o influencer se defendeu das acusações e disse lamentar as autuações feitas pelo órgão ambiental em seu desfavor.
“Se tem alguém que mora no habitat natural de alguém sou eu, não os animais. Eu abro a janela e lá estão o rio, a floresta e os animais. Eu que estou de passagem nesse lugar. E escolhi ser um guardião, e não um criminoso”, escreveu.