A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando a morte do congolês e refugiado Moise Mugenyi Kabagambe, de 24 anos. Ele foi espancado e amarrado ao lado do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade.
O crime, de acordo com as autoridades policiais, aconteceu no dia 24 de janeiro, mas a família só foi avisada no dia seguinte, quando o corpo já estava no IML.
A família denuncia que os órgãos de Moise foram retirados, mas a Polícia Civil afirma que as imagens do exame de necropsia mostram o tórax aberto, com os órgãos dentro.
Em nota, a PCRJ informa que o laudo mostra que o corpo de Moise chegou ao IML sem nenhuma lesão no tórax, além daquelas que causaram sua morte.
Ainda conforme a corporação, as investigações sobre o assassinato do congolês estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital. Imagens de câmeras de segurança do quiosque foram analisadas e os autores estão sendo identificados. Oito pessoas já foram ouvidas.
Sepultamento e repercussão
O corpo de Moise foi enterrado na tarde deste domingo (30), no cemitério de Irajá, na zona norte do Rio. Conforme registro da Agência Brasil, o ato de despedida foi marcado por dança e cantos, seguindo a tradição africana.
A comunidade congolesa no Rio de Janeiro publicou nas redes sociais nota de repúdio à morte por espancamento de Moise.
Denuncia, ainda, que ele foi agredido por cinco pessoas com tacos de beisebol quando foi cobrar o pagamento pelos dias trabalhados como ajudante de cozinha. O corpo foi encontrado amarrado junto a uma escada que dá acesso à areia da praia.
A nota lembra também a Convenção de Genebra, de 1949, sobre a proteção das pessoas, que o Brasil ratificou e que um dos princípios básicos do Direito Humano é a Inviolabilidade Absoluta da Vida e direito Humana, por isso a comunidade pede justiça e que os autores do crime sejam punidos.
Moise chegou ao Brasil, com a família, em 2011, fugindo da guerra civil no Congo.
O quiosque Tropicália está fechado desde o dia do crime.