Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ
Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ

Uma pesquisa realizada pelo instituto Genial/Quaest e divulgada nesta segunda-feira (3) revelou que 72% dos moradores do estado do Rio de Janeiro defendem que facções criminosas sejam tratadas como organizações terroristas pela legislação brasileira.

O levantamento entrevistou 1.500 pessoas em todo o estado entre os dias 30 e 31 de outubro, com margem de erro de três pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

O resultado contrasta com a posição adotada pelo governo federal, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não pretende alterar a legislação para enquadrar grupos como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como entidades terroristas. A administração petista entende que essas organizações devem continuar sendo classificadas apenas como grupos criminosos.

A posição do Executivo brasileiro difere da adotada por outros países da América do Sul, como Paraguai e Argentina, onde governos têm passado a reconhecer facções como grupos terroristas, ampliando o rigor no combate a essas organizações.

O tema voltou ao centro do debate nacional após a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro na semana passada, que resultou em centenas de prisões, mortes de bandidos e reacendeu discussões sobre endurecimento da legislação penal e de segurança pública.

Além de avaliar a percepção sobre o enquadramento das facções, a pesquisa também sondou a opinião dos entrevistados sobre outros temas relacionados à segurança pública, como o aumento das penas para integrantes de organizações criminosas, o fim das “saidinhas” de presos em datas comemorativas e a PEC da Segurança.

Até o momento, os resultados indicam um forte apoio popular a medidas mais duras contra o crime organizado, refletindo a insatisfação com o avanço da violência e o sentimento de insegurança que marca boa parte da população fluminense.