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"O PSDB é progressista", diz Doria sobre pautas relacionadas a casamento gay, aborto, drogas e escola sem partido

João Doria concedeu uma entrevista ao jornal Estadão, veiculada nesta segunda-feira, 23.

Nela, o tucano defende uma ‘frente’ para 2022, que inclui até mesmo ‘aqueles que têm um pensamento mais à esquerda’.

Além disso, Doria tem sido um dos nomes mais cogitados nos bastidores do PSDB para ser o candidato da sigla para disputar as eleições presidenciais.

Em determinado ponto da conversa, ele foi questionado se defende o posicionamento do partido em âmbito “mais progressista em pautas como casamento gay, aborto, drogas, escola sem partido?”

João Doria foi incisivo na resposta:

“O PSDB é progressista, tanto na economia quanto no plano social. Sem preconceitos.”

Progressismo: o que é?

Na prática, o progressismo defende a ruptura de padrões sociais tradicionais, possuindo um forte caráter reformista e secular (não religioso). Dessa forma, acaba se contrapondo ao conservadorismo.

Enquanto os conservadores são contrários ao casamento gay, aborto e a descriminalização das drogas, segundo pesquisa do Ibope, o progressismo vem sendo alinhado à luta pelos direitos sociais e a movimentos que trazem uma forte defesa de minorias, a exemplo o movimento negro, do feminismo, dos direitos dos indígenas e de movimentos relacionados a identidades de gênero minoritárias.

Esses grupos, de forma geral, são associados à esquerda, principalmente por defenderem a descriminalização das drogas e do aborto.

O progressismo também defende direito à união estável entre pessoas do mesmo sexo, pauta também defendida pelos conservadores, que é uma resolução que permite aos cartórios registrarem casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Mas o progressismo vai além, uma vez que entende que o casamento gay é um direito garantido pela Justiça.

Em maio de 2013, inclusive, o Conselho Nacional de Justiça publicou uma resolução que autorizou os cartórios a registrarem casamentos entre pessoas do mesmo sexo — proibindo de se recusarem a fazê-lo.

Naquele mesmo ano, o deputado federal Marco Feliciano, candidato à Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, se posicionou contra a união civil de homossexuais.

“O casamento gay fere os direitos da Igreja. Apresentei uma proposta de plebiscito sobre a união civil. Pergunte se o grupo de direitos dos gays aceitou. Por que não posso defender o meu plebiscito? […] Faço a minha parte. Nosso país é conservador”, justificou Feliciano.