Imagem: Polícia Civil do Rio Grande do Sul | Reprodução
Um laudo da Polícia Civil do Rio Grande do Sul apontou que os cortes feitos em forma de suástica no corpo de uma jovem de 19 anos foram resultado de automutilação ou uma intervenção consentida por ela.
De acordo com o delegado Paulo César Caldas Jardim, responsável pelas investigações do caso, que veio à tona há duas semanas, em Porto Alegre, disse que não há cortes na pele, apenas arranhões na epiderme – parte mais superficial.
“O que ressalta aos olhos é que todos os traços são bem retilíneos. São 23 riscos muito certos e todos muito superficiais”, disse Jardim.
Segundo o laudo pericial:
“Nesse sentido, pode afirmar-se que as lesões foram produzidas: ou pela própria vítima ou por outro indivíduo com o consentimento da vítima ou, pelo menos, ante alguma forma de incapacidade ou impedimento da vítima em esboçar reação.”
A perícia também descartou o uso de objeto cortante e apontou o provável uso de objetos como um grampo ou uma bijuteria.
O procedimento será encaminhando hoje para a Justiça e a pena por falsa comunicação de crime pode variar entre 6 meses a 1 ano de detenção.
Leia a íntegra do laudo pericial clicando AQUI.
O CASO
A jovem relatou à polícia que foi agredida por três homens e teve a barriga marcada com uma suástica por usar uma camiseta com a frase #Elenão, no início do mês, em Porto Alegre.
De acordo com o portal BBC, a mulher relatou que, ao descer de um ônibus, três homens a abordaram por conta de usar uma camiseta que continha uma frase contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). Segundo a jovem, ela foi agredida com socos e imobilizada por dois homens que com o uso de um canivete a marcaram com a suástica.
Na época, o delegado Paulo Cesar Caldas Jardim chegou a dizer que a marca não se tratava de uma suástica nazista, pois estaria ao contrário. Ele afirmou que o símbolo assemelhava-se mais a uma referência budista, que significa “amor e fraternidade.