O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, nesta sexta-feira (5), um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para arquivar uma investigação aberta contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), por suposto vazamento de dados sigilosos da Polícia Federal (PF).
Por consequência, Moraes decidiu manter o caso aberto na Corte. Para ele, os pedidos da vice-procuradora-geral Lindôra Araújo não podem ser conhecidos por serem “impertinentes e intempestivos”.
Conforme registrou o Conexão Política, o parecer contrário ao inquérito havia sido enviado pela representante do MPF na segunda-feira (1º).
No texto, Lindôra disse ao Supremo que o ministro Alexandre de Moraes violou o sistema acusatório ao proferir novas ordens no inquérito sobre suposto vazamento de dados de investigação da PF.
— No caso concreto, o eminente Ministro Relator, data venia [com o devido respeito], acabou por violar o sistema processual acusatório, na medida que decretou diligências investigativas e compartilhou provas de ofício, sem prévio requerimento do titular da ação penal pública e até mesmo da autoridade policial que reputou concluída a investigação, além de não apreciar a promoção de arquivamento do Procurador-Geral da República — diz trecho do documento.
Com isso, a PGR voltou a defender o arquivamento da ação. Lindôra ainda negou que a atuação do chefe da PGR, Augusto Aras, tenha sido irregular ao pedir o encerramento da investigação. Com a nova manifestação, um novo cenário de turbulência deve protagonizar a República.
‘A Crise dos Três Poderes’
Também na sexta-feira, 5, a empresa Brasil Paralelo lançou a segunda parte do seu mais novo documentário: ‘A Crise dos Três Poderes’. Dividida em três episódios, a obra promete dissecar o momento de turbulência que o país atravessa.
Exclusivo para membros, o filme estará disponível na BP Select, plataforma de streaming da Brasil Paralelo. A assinatura da ferramenta custa R$ 19 mensais.
A produção conta com o posicionamento de juristas, advogados, analistas e cientistas políticos, filósofos e professores universitários, além de ex-integrantes da Suprema Corte do Brasil, como Ayres Britto e Nelson Jobim, além de figuras consagradas como Ives Gandra e Modesto Carvalhosa.
Entre as personalidades ouvidas no filme está Luiz Philippe de Órleans e Bragança, mestre em Ciência Política pela Universidade de Stanford, MBA na INSEAD em Paris, empresário e deputado federal por São Paulo.
A obra foi dirigida por Lucas Ferrugem. O roteiro do longa ficou a cargo de Flavio Morgenstern, Marcus Vinícius Lins e Rodrigo Fracarolli.