Análise

Após decisão do STF, traficantes armados circulam livremente em bairros do Rio de Janeiro

Moradores do Rio de Janeiro acompanham perplexos e de mãos atadas a expansão do domínio territorial do tráfico de drogas na capital fluminense.

Agora, bandidos fazem ronda em ruas que não pertencem às comunidades e exibem seu armamento.

Na região da Ilha do Governador, na Cidade do Rio, mesma localidade onde situa o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Tom Jobim, moradores filmaram bandidos armados em ruas e a poucos metros da Delegacia da região, a 37ª DP.

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Nas principais ruas de acesso ao Morro do Dendê, barricadas foram colocadas para impedir a subida de carros e aumentar os pontos de venda de drogas na região.

Todo esse suplício dos moradores começou após a ‘sentença’ do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o carioca, já que a Corte impediu a atuação da Polícia Militar dentro das comunidades enquanto durar a pandemia.

Em 5 de junho, Edson Fachin concedeu uma liminar pedida pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) para restringir as operações.

Na decisão, o ministro disse que as ações só poderiam ser deflagradas em casos “absolutamente essenciais” e, mesmo assim, justificadas por escrito e com detalhes sobre os cuidados tomados para não colocar a população em risco adicional devido à covid-19.

Um morador, que não quis ser identificado, informou que na rua onde mora, no bairro Tauá, o tráfico impediu até a entrada de carros de moradores, numa rua que não faz parte da comunidade.

“Agora estamos nessa, o tráfico manda na Ilha toda e a polícia não faz nada. A minha rua é residencial, não faz parte do Dendê, mas eles [traficantes] colocaram barricadas e ou a gente vende o carro ou guarda em outro lugar”, declarou.

Sem possibilidade de atuação, os moradores se veem dominados por homens de fuzil andando pelas ruas do bairro.