A Argentina vive o seu pior momento econômico dos últimos anos. Em 2022, a inflação já é superior a 100%, com os preços de produtos básicos (alimentos e itens de higiene) nas alturas.
Com isso, muitos cidadãos do país recorrem à reciclagem de lixos ou fazem filas para trocar seus pertencentes em clubes de troca.
Com a economia em colapso, o governo argentino deve registrar seu maior aumento de preços desde o período de hiperinflação ocorrido na década de 1990.
“Minha renda não é mais suficiente”, declarou Sergio Omar, de 41 anos, em entrevista à Folha de S.Paulo. Ele conta que passa 12 horas por dia vasculhando montanhas de lixo de um aterro sanitário em Lujan, a 65 quilômetros de Buenos Aires, em busca de papelão, plástico e metal para vender.
De acordo com ele, os custos dos alimentos ficaram tão altos nos últimos meses que ficou difícil alimentar sua família com cinco filhos. Omar relata que há um número crescente de trabalhadores informais que vão ao depósito de lixo para lutar pela sobrevivência.
“O dobro de pessoas está vindo aqui porque há muita crise”, revelou ele, que afirma ganhar entre 2 mil e 6 mil pesos (US$ 13 a US$ 40) por dia vendendo lixo reciclável, o que está garantindo o sustento da família.
A Argentina era um dos países mais ricos do mundo no século passado. No entanto, depois de políticas populistas ao longo das últimas décadas, hoje amarga um de seus piores resultados no ranking mundial.