Executivo

Governo suspende isenção fiscal de líderes religiosos

O Ministério da Fazenda, por intermédio da Secretaria Especial da Receita Federal, optou por revogar a norma que concedia isenção fiscal a líderes religiosos. A medida, instituída pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), começou a vigorar em agosto de 2022.

A revogação, assinada pelo secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira (17). Como justificativa, foi alegado o seguimento de recomendação feita pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU).

A isenção fiscal abrangia salários e remunerações pagas pelas igrejas aos pastores. A Receita também justifica a anulação do benefício com o argumento de que o ato assinado por Bolsonaro não obteve aprovação da subsecretaria de tributação.

Inauguração de igreja da Assembleia de Deus em Cuiabá, no ano de 2015, em evento que contou com participação de autoridades | Crédito: Mayke Toscano (Governo de MT)

A norma estabelecida durante o governo Bolsonaro considerava apenas o dinheiro proveniente de prestação de serviços e aulas como salário. Agora, sob a gestão de Lula, imposto de renda e contribuição social serão aplicados a qualquer forma de pagamento.

Essa medida resulta em um novo impasse na improvável aproximação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e lideranças religiosas, especialmente os cristãos. Desde o início do governo, em janeiro de 2023, pastores e bispos mantêm críticas ao petista e expressam descontentamento com a falta de representação em decisões governamentais, apesar dos acenos feitos por Lula ao público religioso durante a campanha de 2022.