
Um levantamento divulgado pela AtlasIntel na semana passada apresentou um retrato amplo da avaliação popular dos prefeitos das capitais brasileiras, evidenciando diferenças significativas entre administrações bem avaliadas e gestões que enfrentam elevado grau de rejeição. O estudo aponta que, enquanto algumas capitais registram altos índices de aprovação, outras convivem com forte insatisfação da população.
Na liderança do ranking aparece Eduardo Braide (PSD-MA), prefeito de São Luís, com 82% de aprovação. Na sequência estão Dr. Furlan (MDB-AP), à frente de Macapá, com 78%, e Léo Moraes (Podemos-RO), prefeito de Porto Velho, que alcançou 75% de avaliação positiva.
No outro extremo do levantamento, o estudo revela capitais onde a percepção da população é majoritariamente negativa.
Em Belo Horizonte, Álvaro Damião (União-MG) acumula mais de 52% de avaliações classificadas como ruins ou péssimas. Em Manaus, David Almeida (Avante-AM) registra 70% de rejeição. A pior colocação, no entanto, ficou com Adriane Lopes (PP-MS), prefeita de Campo Grande, que atingiu 79% de desaprovação entre os entrevistados.
A pesquisa ouviu mais de 82 mil pessoas em todas as regiões do país, oferecendo um panorama nacional que ajuda a contextualizar o desempenho das administrações municipais. Dentro desse cenário amplo, o caso de Campo Grande se destaca de forma negativa e chama atenção pelo nível de desgaste registrado.
Na capital sul-mato-grossense, o resultado pode ser interpretado como reflexo de um conjunto de dificuldades acumuladas ao longo de 2025. A cidade, que tem cerca de 1 milhão de habitantes, enfrenta problemas recorrentes na malha viária, com ruas e avenidas em más condições tanto na região central quanto nos bairros. A situação tem gerado prejuízos materiais, aumentado o risco de acidentes e alimentado a percepção de que a prefeitura não consegue responder à demanda com a agilidade esperada.
Além disso, a área da saúde tem sido outro foco de insatisfação. É muito comum que moradores relatem falta de medicamentos e insumos básicos na rede pública, inclusive de itens de uso comum, como a dipirona. Esse cenário tem sido associado à condução da administração municipal e reforça o sentimento de desgaste junto à população.
Em dezembro, o quadro se agravou com a maior paralisação do transporte coletivo registrada em mais de três décadas. A greve dos ônibus interrompeu o serviço por quatro dias consecutivos, afetando diretamente a rotina de centenas de milhares de moradores e ampliando o impacto negativo sobre a avaliação da prefeitura, embora a gestão municipal atribua a responsabilidade da crise à concessionária do transporte público.