LEGISLATIVO

CCJ do Senado enterra PEC da Blindagem; proposta é arquivada no Congresso

Senadores acompanharam voto do relator Alessandro Vieira, que chamou proposta de “absurda” e “vergonhosa”.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Mesa: 
presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA);
senador Marcelo Castro (MDB-PI).

Bancada:
senador Efraim Filho (União-PB);
senador Eduardo Girão (Novo-CE); 
senador Randolfe Rodrigues (PT-AP);
relator da PEC 3/2021, senador Alessandro Vieira (MDB-SE);
senadora Zenaide Maia (PSD-RN); 
senadora Augusta Brito (PT-CE).

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado Mesa: presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA); senador Marcelo Castro (MDB-PI). Bancada: senador Efraim Filho (União-PB); senador Eduardo Girão (Novo-CE); senador Randolfe Rodrigues (PT-AP); relator da PEC 3/2021, senador Alessandro Vieira (MDB-SE); senadora Zenaide Maia (PSD-RN); senadora Augusta Brito (PT-CE). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou, de forma unânime, nesta quarta-feira (24), a chamada PEC da blindagem, que havia passado pela Câmara dos Deputados na semana passada.

O texto previa que a instauração de processos criminais contra parlamentares só poderia ocorrer com a autorização prévia do Congresso, retomando um dispositivo que deixou de existir em 2001. Além disso, estabelecia a retomada do voto secreto em situações de prisão e investigação e ampliava o alcance do foro privilegiado para incluir também presidentes de partidos.

Com a decisão do colegiado, o relatório contrário à proposta será levado ainda hoje ao plenário, em acordo firmado entre o presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Na prática, o movimento praticamente inviabiliza a continuidade da tramitação da PEC.

Responsável pelo parecer, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) classificou a proposta como inconstitucional e um “retrocesso institucional”. Sua posição foi acompanhada pelos 26 senadores presentes no colegiado.

O parlamentar defendeu que a medida feria cláusulas pétreas da Constituição e comprometia a separação entre os poderes. Ele afirmou que, no período em que a exigência de licença prévia esteve em vigor, de 1988 a 2001, apenas um dos quase 300 pedidos de investigação contra congressistas foi autorizado.

Vieira também criticou a tentativa de restabelecer o voto secreto, avaliando que isso representaria um “enorme retrocesso” frente aos avanços em transparência conquistados nos últimos anos.