
A bancada governista na CPMI do INSS utilizará todos os meios possíveis para barrar a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Vice-presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), ele é citado em requerimentos da oposição, mas aliados de Lula alegam que não há justificativa para sua oitiva.
“O presidente do sindicato, sim, podemos chamar, e aí se precisar podemos chamar o vice. Mas o fato é que não estamos chamando todos os diretores dos sindicatos”, disse o deputado Alencar Santana (PT-SP), integrante da CPMI.
Outro argumento levantado pelos governistas é que Frei Chico não pode ser convocado apenas por ser irmão de Lula. “Não é investigação parental”, afirmou Santana, ignorando o histórico de outras CPIs que desgastaram o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu núcleo familiar com fins políticos, inclusive explorando vínculos parentais.
Além de resistir à convocação, a base governista também pretende contestar a atuação do relator, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL). “Ele deu declarações em que mostra que já tem julgamento prévio. Como relator, ele não pode fazer isso, ele compromete e contamina a CPI”, disse o petista, também ignorando com o silêncio da base em casos anteriores, quando Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), à frente da CPMI da Pandemia, eram alinhados ao governo Lula e já haviam feito ataques diretos e pessoais ao então presidente Bolsonaro e a seus aliados, além de uma série de manifestações que configuravam juízo prévio.