Internacional

OMS pede à China mais transparência e diz que o país deve fornecer dados sobre origens da covid-19

Cientistas do mundo inteiro têm criticado a postura da ditadura chinesa.

A China voltou a ser alvo de dúvidas e questionamentos sobre a origem da Covid-19 no país.

Recentemente, um relatório da inteligência dos EUA reitera a descoberta do vírus em novembro de 2019, que teria resultado na hospitalização de vários pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan, na época.

Agora, o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que as investigações sobre o surgimento da pandemia no território asiático estão sendo afetadas pela falta de elementos concretos sobre os primeiros dias da disseminação do vírus no local e pediu as autoridades chinesas para atuar com mais transparência.

Conforme já registrou o Conexão Política, uma equipe liderada pela OMS chegou a passar quatro semanas na cidade de Wuhan, na província de Hubei, com pesquisadores chineses. Por meio de um relatório conjunto publicado em março, a organização disse que o vírus provavelmente foi transmitido de morcegos para humanos por meio de outro animal.

Ainda de acordo com o grupo, “a introdução por meio de um incidente de laboratório foi considerada um caminho extremamente improvável”.

No entanto, países como os Estados Unidos e centenas de cientistas não estão nem um pouco satisfeitos.

“Pedimos à China que seja transparente e aberta, e que coopere”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (15).

“Devemos isso aos milhões que sofreram e aos milhões que morreram para saber o que aconteceu”, sustentou.

Apesar de diversos relatos apontarem para a possibilidade de o vírus poder ter escapado de um laboratório de Wuhan, a ditadura chinesa tem classificado a desconfiança global como ‘absurda’, frisando que a ‘politização’ dificulta as investigações.

“Esperamos trabalhar com nossos parceiros chineses nesse processo e o diretor-geral definirá medidas aos Estados-membros em uma reunião amanhã, na sexta-feira”, acrescentou o especialista em emergências da OMS, Mike Ryan.