DE QUEM É A CULPA?

Lula minimiza papel do governo na alta do gás e diz querer saber quem é o responsável pelo aumento

Presidente cobra explicações sobre escalada de preços até o consumidor final.

Foto: Marcelo Camargo/ABr
Foto: Marcelo Camargo/ABr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou nesta sexta-feira (11) a responsabilidade do governo sobre a alta no preço do gás de cozinha nos últimos meses. Em nova fala sobre o assunto, ele criticou a diferença entre o valor praticado pela Petrobras e o preço final cobrado das famílias brasileiras pelas distribuidoras.

Durante cerimônia no Espírito Santo, Lula afirmou que ainda não recebeu uma justificativa convincente sobre o encarecimento do produto ao longo da cadeia de distribuição.

“Eu não me conformo que o gás de cozinha sai da Petrobras a R$ 37 e chega a R$ 140 nas casas dos consumidores. Alguém tem que me explicar”, disse o presidente em evento em Linhares (ES), durante o lançamento dos pagamentos do Programa de Transferência de Renda (PTR) destinado a pescadores e agricultores familiares afetados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

De acordo com dados da Petrobras, o preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP) nas refinarias está atualmente em R$ 34,70, representando cerca de 33,4% do valor final. Já o preço médio do botijão ao consumidor gira em torno de R$ 108,31. A diferença, segundo especialistas, decorre de custos logísticos, margens de lucro das distribuidoras e revendedores, além de tributos estaduais e federais.

Sem detalhar a fonte dos recursos, Lula voltou a fazer promessas em meio ao calendário eleitoral. Reiterou que pretende ampliar o acesso gratuito ao gás de cozinha para mais de 17 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade. “Nós vamos garantir o gás de graça para esse povo ter como cozinhar”, afirmou.

O governo federal já mantém o programa Auxílio Gás dos Brasileiros, que cobre 100% do valor médio do botijão para famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e com renda familiar per capita de até meio salário mínimo. O presidente, no entanto, sinalizou que pretende ampliar a abrangência da política.